Casual

Por que Rihanna quer incluir homens plus size no mundo da moda

Ainda que as modelos mulheres plus size já tenham conquistado algum espaço, o mesmo não acontece com os homens — e sobra um mercado a ser explorado

Savage X Fenty: o lançamento da nova coleção foi transmitido pela Amazon Prime Video.  (Savage Fenty/Reprodução)

Savage X Fenty: o lançamento da nova coleção foi transmitido pela Amazon Prime Video. (Savage Fenty/Reprodução)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 13h45.

Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 14h42.

Uma coleção de cuecas box que veste diversos tamanhos esgotou em pouquíssimas horas no início de outubro. A marca que realizou o feito é a Savage X Fenty, braço de roupas íntimas da Fenty, comandada por ninguém menos que Rihanna. Um dos motivos para o estrondoso sucesso, é claro, o fato de que qualquer novidade vinda do lado empresária da cantora barbadiana chama a atenção em segundos. Mas dessa vez, um outro fator imprescindível para as vendas foi a diversidade dos modelos que vestiam as peças da linha. Em vez dos tradicionais tanquinhos como regra, um modelo plus size foi o destaque da campanha, o que gerou um fenômeno incomum no universo da moda: uma enxurrada de comentários do público masculino, que, no geral, eram positivos em relação à postura da marca.

Nos últimos anos, mesmo que timidamente, a indústria da moda vem abraçando a diversidade corporal feminina. Um dos exemplos é o sucesso da supermodelo Ashley Graham, referência mundial quando o assunto é plus size. Na outra mão, modelos masculinos com corpos fora do padrão ainda lutam para ser aceitos. Marcas de moda como Asos e Jacamo já usaram modelos masculinos até maiores do que os da Savage X Fenty em campanhas recentes, mas elas fazem parte de uma exceção. 

O modelo que ajudou a esgotar a coleção de cuecas box de 22,90 dólares (cerca de 127 reais na cotação atual) da Savage X Fenty é Steven G, que no site da marca aparece vestindo uma peça tamanho XXL, o GGG no Brasil. 

Savage Fenty: a coleção de cuecas box de 22,90 dólares esgotou em poucos horas. (Savage Fenty/Reprodução)

Em entrevista ao The Guardian, Steven G disse que quando foi convidado para o trabalho com a Savage X Fenty, demorou para acreditar e até mesmo chegou a pensar que o convite era um engano. “Posso contar literalmente com uma mão as lojas que oferecem coleções tamanho GGG", afirmou.

Para além da celebração da diversidade, a estratégia de Rihanna com a variedade de modelos que estampam as campanhas da Savage X Fenty pode também ser bom para o caixa, já que um dos fatores decisivos para os consumidores é a identificação do cliente com a marca e com o produto ofertado. Ainda para o The Guardian, Steven disse esperar que o movimento da Savage X Fenty ajude as marcas a entender a pluralidade do público que compra, “vendo que homens grandes também são consumidores de moda”, afirmou. 

No superevento da Savage X Fenty realizado no dia 1º de outubro (que teve direito até mesmo a transmissão na Amazon Prime), Rihanna, diretora criativa do negócio, quis deixar claro a mensagem de que cria produtos pensando em uma marca para todos. Enquanto gigantes como a Victoria's Secret ainda se apegam no mais tradicional do mundo da moda, marcas rebeldes como a Savage X Fenty enxergam no antagonismo uma oportunidade extra de fazer bons negócios.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoDiversidadeModaRihannaVictoria's Secret

Mais de Casual

Heineken lança guia que dá match entre bares e clientes

Kobra transforma instituto e ateliê aberto ao público em inspiração para grafiteiros

O dia em que joguei tênis na casa do Ronaldo Fenômeno

Torra fresca: novidades para quem gosta de café