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Por que a Porsche aposta na convivência de carros elétricos e a combustão até a década de 2030?

Até o final deste ano, o modelo Cayenne, o mais vendido da Porsche, será lançado em versão totalmente elétrica

Macan: carro ganhou versão 100% elétrica. (Divulgação/Divulgação)

Macan: carro ganhou versão 100% elétrica. (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 14 de março de 2025 às 13h31.

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A venda de carros elétricos e híbridos deve representar 69,4% do total até 2035, de acordo com a projeção da consultoria EV-volumes. No entanto, o ritmo de crescimento será menor do que o inicialmente previsto. A estimativa para este ano foi revista para baixo, e agora espera-se que os veículos plug-in correspondam a 33,9% das vendas globais, uma leve queda em relação aos 34,1% projetados anteriormente.

O principal fator que contribui para essa revisão é a necessidade de uma infraestrutura de recarga mais estruturada, especialmente em países como o Brasil e os Estados Unidos. Além disso, o impacto das tarifas impostas pela administração de Donald Trump ainda preocupa o setor e deve afetar as vendas.

Diante desse cenário, a Porsche acredita que a convivência entre carros elétricos, híbridos e a combustão será uma realidade até o final da década de 2030. Durante a divulgação do balanço de 2024, realizada em 12 de março, o CEO da montadora alemã, Oliver Blume, afirmou que a empresa ajustou sua estratégia de eletrificação dos novos lançamentos em resposta às condições de mercado.

"Desenvolvemos ainda mais nossa estratégia comprovada para tornar a Porsche mais flexível, robusta e de alto desempenho", disse Blume.

Como resultado prático, a Porsche lançará ainda este ano a versão totalmente elétrica do Cayenne, mantendo os modelos com motor a combustão e elétricos disponíveis simultaneamente até o final da década de 2030. Antes, a montadora planejava uma transição mais rápida para os modelos puramente elétricos até 2030, mas agora a data foi deixada em aberto, refletindo a tendência do mercado.

Esse movimento não é isolado. A Volvo já havia anunciado no ano passado que abandonaria sua meta de vender apenas carros elétricos até 2030, devido à falta de infraestrutura e às preocupações dos consumidores. A Ford, por sua vez, cancelou o projeto de desenvolver SUVs elétricos, pois a demanda era baixa.

A BMW também ajustou sua estratégia, optando por produzir veículos híbridos em vez de modelos totalmente elétricos em sua planta no Brasil, atendendo à demanda por opções que combinem veículos a combustão e elétricos.

Cayenne elétrico

Até o final deste ano, o modelo Cayenne, o mais vendido da Porsche, será lançado em versão totalmente elétrica. Em 2024, a montadora registrou 102.889 unidades vendidas desse modelo, superando o Macan (82.795) e o 911 (50.941).

O grupo obteve uma receita de 40,1 bilhões de euros, apresentando uma leve queda em relação aos 40,5 bilhões de euros do ano anterior. A empresa atribui essa redução a fatores como a situação desafiadora no mercado chinês, os obstáculos para acelerar a eletromobilidade global e as interrupções na cadeia de fornecedores.

Para 2025, a Porsche planeja investir 800 milhões de euros em expansão de portfólio, além de um foco em software e tecnologia de baterias. A marca também lançou o Macan 100% elétrico no Brasil no ano passado e renovou cinco das seis linhas, como parte da estratégia de oferecer diferentes propulsões ao consumidor.

A montadora destaca ainda que, se necessário, continuará a ajustar os lançamentos, incluindo a possibilidade de desenvolver uma linha de SUVs com motores de combustão e híbridos.

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