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Plataforma espanhola de passeios vê Brasil como peça-chave para expansão em 'oceano azul'

A Civitatis anunciou a nomeação de Alexandre Oliveira como country manager para o Brasil, como parte de sua estratégia de crescimento

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 06h18.

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Ao planejar uma viagem, o primeiro passo muitas vezes é escolher o destino, seguido pela compra das passagens aéreas, reserva de hotéis e agendamento de passeios. No entanto, encontrar as melhores opções deste último pode ser desafiador. Frequentemente, a decisão se baseia em indicações de conhecidos, com pagamentos feitos antecipadamente, até se chegar a uma experiência verdadeiramente satisfatória.

É neste contexto que a espanhola Civitatis, fundada em 2008, se propõe a inovar. Com mais de 90.000 atividades disponíveis em 4.000 destinos em 160 países, a empresa se destaca em um "oceano azul" de mercado, onde a concorrência ainda é escassa. Nos últimos anos, a América Latina, especialmente o Brasil, emergiu como um foco estratégico para a Civitatis.

Recentemente, a companhia anunciou a nomeação de Alexandre Oliveira como country manager para o Brasil. Com vasta experiência no setor de turismo, Oliveira já passou por importantes empresas ao longo de sua carreira. Sua meta é ambiciosa: dobrar a oferta brasileira, que atualmente conta com 1.300 experiências em 140 destinos. "O maior desafio é a digitalização", observa ele, referindo-se a um segmento do turismo que ainda opera predominantemente de forma offline.

Em entrevista exclusiva à EXAME Casual, a primeira desde que assumiu o cargo, Oliveira discute seus planos para o Brasil, as frentes de crescimento da empresa e o que os brasileiros realmente buscam em suas viagens. Confira os principais trechos da conversa.

Alexandre Oliveira: country manager da Civitatis para o Brasil. (Divulgação/Divulgação)

Quais são os principais desafios que você identificou no mercado brasileiro?

O maior desafio é a digitalização. O mercado ainda é muito offline, com processos burocráticos como e-mails, PDFs e sistemas antigos. Nosso objetivo é simplificar isso, trazendo tecnologias que tornem o processo de compra mais ágil e eficiente. Outro ponto é a necessidade de adaptar as estratégias globais da empresa à realidade local, o que exige uma liderança que entenda bem as particularidades do Brasil e da América Latina.

Quais são as metas de crescimento da empresa?

Nossa meta é crescer 100% no Brasil. O mercado aqui ainda tem muito espaço para digitalização e há inúmeras oportunidades que podemos explorar. Temos as ferramentas e a tecnologia para isso, mas o desafio será integrar esse ecossistema de maneira eficaz. Estamos focados em oferecer uma experiência mais fluida para o consumidor, ao mesmo tempo que otimizamos os processos para nossos parceiros B2B.

Quando falamos em marketing digital, qual é o seu principal desafio?

O marketing digital está na boca do funil. Meu objetivo é melhorar a captação e conversão da experiência digital, com estratégias eficientes e otimizando o funil para aumentar nossas taxas de conversão. Com o time de performance e as ferramentas corretas, o foco é melhorar essa jornada para o cliente.

Você já identificou uma área de crescimento importante?

Sim, no B2B, vemos que a taxa de "attachment", ou seja, a venda de experiências no canal indireto, ainda é muito baixa. Com a digitalização e usabilidade que temos implementado, essa é uma oportunidade clara de crescimento. É um ponto onde podemos otimizar a experiência do cliente final, que já tem passagem e hospedagem, mas ainda não comprou uma experiência.

E no B2C, qual o principal desafio?

Diversificar a captação e reduzir o custo de aquisição são desafios comuns. A ideia é melhorar o funil de conversão com investimentos racionais, utilizando muito marketing digital, dados e uma boa interpretação de informações. Todo o conhecimento que adquirimos no B2C serve de laboratório para o B2B.

Como você enxerga as preferências dos brasileiros em termos de destinos turísticos?

A pandemia fez com que muitos brasileiros redescobrissem o turismo doméstico, e o cenário econômico também favorece isso. O Brasil tem destinos incríveis, mas os brasileiros ainda conhecem pouco sobre destinos internacionais fora do eixo clássico: Flórida, Paris, Londres. Há muitas oportunidades de diversificar essa percepção.

Como vocês têm trabalhado para trazer experiências diferenciadas para o Brasil?

Hoje, oferecemos mais de 1.300 experiências em 140 destinos no Brasil, e o objetivo é continuar ampliando essa oferta. Além disso, nossa equipe trabalha para formalizar e digitalizar esses serviços locais, ajudando prestadores de serviços a entrarem na nossa plataforma com qualidade e profissionalismo, o que também contribui para o desenvolvimento social e econômico dessas regiões.

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