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Philip Seymour Hoffman brilha em "O Homem Mais Procurado”

Suspense de espionagem do diretor holandês Anton Corbijn parte do bestseller do consagrado John Le Carré

Atores Willem Dafoe, Rachel McAdams e Philip Seymour Hoffman com o diretor Anton Corbijn, em uma foto de janeiro deste ano (Larry Busacca/Getty Images)

Atores Willem Dafoe, Rachel McAdams e Philip Seymour Hoffman com o diretor Anton Corbijn, em uma foto de janeiro deste ano (Larry Busacca/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 16h49.

São Paulo - Muitos atrativos cercam o novo suspense de espionagem O Homem Mais Procurado, em que o diretor holandês Anton Corbijn (Control) partiu de um bestseller do consagrado John Le Carré, lançado em 2008.

Através do bom trabalho do roteirista australiano Andrew Bovell e, ainda mais, de um elenco afinado encabeçado por Philip Seymour Hoffman (que morreu em fevereiro), as intricadas tramas do livro ganham vida e ritmo na tela, de maneira que o espectador tem condições de segui-las com interesse e sem se perder.

O personagem que deflagra a ação é um russo-checheno muçulmano, Issa Karpov (Grigoriy Dobrygin), que chega clandestinamente a Hamburgo e procura refúgio entre membros de sua comunidade religiosa - que, desde que se descobriu que ali foi planejado o 11 de Setembro, está sob severa vigilância de diversas agências de espionagem.

Uma dessas unidades secretas é alemã e chefiada pelo experiente Gunther Bachman (Hoffman). Workaholic que trata mal o próprio corpo, com café, bebida e cigarros demais, Gunther é um fino cultivador da observação e da paciência.

Ao contrário de colegas alemães de outras agências, e da CIA, ali comandada por Martha Sullivan (Robin Wright), ele não quer cair imediatamente em cima de Issa.

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Prefere acompanhar seus passos e usá-lo para chegar a peixes que lhe parecem mais graúdos. Até porque não tem certeza se Issa é realmente perigoso.

O alvo preferencial de Gunther é Faysal Abdullah (Homayoun Ershadi), um respeitado porta-voz da comunidade islâmica, ligado a atividades culturais e beneficentes – mas que Gunther suspeita possa estar por trás de uma rede de financiamento da Al-Qaeda.

Com um bocado de habilidade, Gunther consegue que a CIA segure seus leões e lhe dê algum tempo para traçar sua estratégia mais sutil.

Uma complicação é que entram em cena alguns outros personagens – caso de uma advogada, Annabel Richter (Rachel McAdams), intermediária no contato de Issa com um banqueiro, Thomas Rue (Willem Dafoe), e que também o ajuda num pedido de asilo político.

A eficiência da direção sustenta a necessária ambiguidade de todos os personagens, garantindo o interesse do espectador, mantido na dúvida sobre as reais agendas de cada um.

Nem por isso deixa de permitir a supremacia de Gunther, que serve à perfeição aos múltiplos talentos de Seymour Hoffman, capaz de conferir ao espião uma gravidade moral, através de uma genuína preocupação com os limites morais de seu trabalho.

Não é todo dia que se assiste a um filme de espionagem com tantos vínculos com a realidade contemporânea, o que se torna uma atração a mais para reforçar sua posição como entretenimento de qualidade.

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