Escritor Philip Roth recebe medalha de honra do presidente Barack Obama em 2011 (Getty Images / Mark Wilson)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 12h02.
São Paulo - O escritor americano Philip Roth é desses autores compulsivos, que vivem a literatura através das décadas, com alto índice de produtividade. Escreveu perto de quatro dezenas de livros, erigiu uma identidade e representou, com rara felicidade, uma voz judaica, a exemplo de seu conterrâneo Saul Bellow.
Por esse motivo, quando Roth anunciou sua aposentadoria, a comunidade literária internacional torceu o nariz, ao mesmo tempo desconfiando e lamentando. “Decidi parar com a ficção. Não quero mais ler nem escrever”, disse ele à revista francesa Les inRocks em entrevista recente.
Roth é conhecido internacionalmente por suas obras, amplamente traduzidas, e os prêmios literários que ganhou — inclusive o Pulitzer, em 1997, por Pastoral Americana. Boa parte de sua obra é publicada aqui pela Companhia das Letras, como, por exemplo, O Complexo de Portnoi, um dos seus livros mais festejados pela crítica.
Com 79 anos, mas em boas condições física, Roth afirmou que já não produz nada há três anos e, tudo indica, impressionou-se com essa “seca”, rara em sua trajetória de escritor. Mas da mesma forma decidida com que anunciou sua aposentadoria, seus leitores e críticos acreditam que ele em breve publicará uma nova leva de obras inéditas. Escritores escrevem ainda que não queiram.