Pessoa estressada: maiores níveis de ansiedade e maior número eventos de fobia foram associados ao envelhecimento (sxc.hu)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2012 às 22h32.
São Paulo - A ansiedade, especialmente aquela que leva um indivíduo a ter fobias, acelera o processo de envelhecimento natural do ser humano, segundo pesquisadores do Hospital Brigham and Women, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Em um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico PLoS One, esses especialistas mostraram que quanto mais ansiosa uma pessoa é, menor o tamanho de seus telômeros, uma estrutura do DNA associada à duração da vida e à boa saúde.
Os autores da pesquisa analisaram amostras de sangue de 5.243 mulheres com idades entre 42 e 69 anos para medirem o comprimento dos telômeros de cada uma. Essa estrutura, localizada na extremidade dos cromossomos, diminui de tamanho cada vez que ocorre a divisão celular — e quanto mais curta, maior a probabilidade do surgimento de doenças associadas ao envelhecimento, como câncer, demência e até mesmo morte. Além disso, as participantes responderam a questionários sobre níveis de ansiedade e se passaram por eventos de fobia no último ano.
Segundo os resultados, maiores níveis de ansiedade e maior número eventos de fobia foram associados a telômeros de comprimento significativamente mais curto. “Muitas pessoas tentam entender de que maneira o stress pode acelerar o envelhecimento”, diz a coordenadora do estudo, Olivia Okereke. “Essa pesquisa é notável, pois estabelece uma conexão entre uma forma comum de stress psicológico, que é a ansiedade acompanhada de fobia, e um mecanismo plausível para envelhecimento prematuro. No entanto, precisamos de novos trabalhos para saber mesmo se é a ansiedade que provoca o encurtamento dos telômeros, ou se é o contrário”.
Saiba mais
TELÔMEROS
São as 'tampas' das extremidades do cromossomo, uma forma de proteção similar à presente nas pontas de um cadarço de tênis. Sempre que um cromossomo é replicado para a divisão celular, os telômeros encurtam. Esse encurtamento tem sido visto por diversos cientistas como um marcador biológico do envelhecimento, o relógio que marca a duração da vida de uma pessoa e sua condição de saúde.