Segundo os pesquisadores, não está claro o mecanismo pelo qual a redução de gordura abdominal interfere na incidência de câncer de pele (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2012 às 21h53.
São Paulo - Embora se saiba há muito tempo que a obesidade está associada ao maior risco de câncer, além de outros problemas como doenças cardíacas e diabetes, a comunidade científica ainda não conseguiu produzir estudos clínicos que relacionem, de fato, o ganho de peso ao surgimento de tumores.
O mais novo passo nessa direção surgiu nesta segunda-feira, pela publicação de um novo estudo no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), de autoria de pesquisadores da Rutgers, a Universidade Estadual de Nova Jersey, nos Estados Unidos. Ao realizarem um trabalho com animais, eles perceberam que a remoção cirúrgica de gordura abdominal diminuiu as chances de surgimento de câncer de pele causado por exposição a raios ultravioletas.
Durante o estudo, camundongos obesos que seguiam uma dieta altamente calórica e gordurosa foram expostos a raios ultravioletas. Uma parte dos animais foi submetida a uma cirurgia de remoção da gordura abdominal. Os pesquisadores observaram que esse grupo teve entre 75% e 80% menos chances de desenvolverem câncer de pele em comparação com os animais que continuaram obesos.
Segundo os pesquisadores, não está claro o mecanismo pelo qual a redução de gordura abdominal interfere na incidência de câncer de pele e nem se os efeitos seriam semelhantes em seres humanos. O estudo sugere que a gordura abdominal dos ratos produz proteínas que aumentam os riscos de câncer. Mas para determinar isso com exatidão, de acordo com a equipe, é necessário que estudos epidemiológicos identifiquem se, de fato, há uma diminuição nos casos de tumores de pele em pessoas que passam por procedimentos como a lipoaspiração, por exemplo.
Outros estudos - O autores do estudo pesquisam há dez anos os fatores de risco para câncer de pele. Em abril deste ano, uma pesquisa com camundongos também feita pela equipe mostrou que a associação entre cafeína e atividade física pode reduzir as chances da doença em até 62%.