O estudo também descobriu que os benefícios do casamento diminuem ao longo do tempo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2012 às 10h11.
São Paulo - Acho que o que se convencionou chamar “viver juntos” pode ser muito melhor para a saúde do que o casamento. Bom, vocês já devem estar pensando: “esse doutor é um malcasado”.
Conto que após quase 30 anos do bom e velho trocar de alianças, nunca estive tão feliz. Mas um estudo publicado recentemente no Journal of Marriage and Family (veículo científico dedicado a estudos sobre casamento e família) chamou minha atenção.
Segundo pesquisa com 2 737 homens e mulheres, as pessoas casadas são menos felizes que aquelas que simplesmente “juntaram os trapos”. O estudo também descobriu que os benefícios do casamento diminuem ao longo do tempo. Já casais que não subiram ao altar sofrem menos de depressão e têm uma autoestima maior.
Por outro lado, uma pesquisa recente aponta que o fim de um relacionamento (sejam os parceiros casados legalmente ou não) faz verdadeiro estrago na saúde. O estudo, realizado pela Universidade de British Columbia, no Canadá, também chegou à conclusão de que quem tem um companheiro é mais saudável que os solteiros. E mais: os dados mostram que pessoas saudáveis tendem naturalmente a se casar. Existe até um termo médico: “efeitos de proteção do casamento”.
Dos estudos, podemos depreender que quem vive acompanhado ganha mais saúde, já que a vida a dois está associada a bons hábitos. Outra das razões é absolutamente prática: homens casados têm mais chances de sobreviver a um infarto porque são levados para o hospital mais cedo. Parece piada, mas não é.
As pesquisas, invariavelmente, recriminam os solteirões. Um estudo da Universidade de Louisville, nos EUA, mostra que eles têm um risco de morte 32% maior que os casados. Vários outros estudos provaram que quem fica para titio bate as botas de sete a 17 anos mais cedo do que as pessoas com aliança no dedo. O motivo: os casados têm o que é chamado “suporte social” – companhia para garantir o bem-estar e ajudar caso algo dê errado.
O homem é sempre o sexo frágil nessa história. As mulheres solteiras se mostram mais felizes com esse estado do que os homens (35% contra 9%). Talvez por saberem se virar melhor do que nós sozinhas.
Aliás, já se sabe de longa data que os homens solteiros morrem mais cedo do que as mulheres solteiras. Uma coisa é certa: tanto homens quanto mulheres querem namoros sérios, mas não sonham mais com o casamento, como as gerações anteriores. No final das contas, o que vale é estar com alguém.
E, segundo a ciência, sem precisar passar pelo altar. De preferência.