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Pequenos blocos fazem a festa de milhares de foliões no Rio

Depois de uma manhã marcada pela apresentação de vários blocos, a festa continuou na parte da tarde por toda a cidade

De norte a sul da cidade, o folião não se incomodou com a temperatura perto dos 40 graus e caiu na folia (Nielmar de Oliveira/Agência Brasil)

De norte a sul da cidade, o folião não se incomodou com a temperatura perto dos 40 graus e caiu na folia (Nielmar de Oliveira/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 19h55.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2017 às 20h00.

Os pequenos blocos carnavalescos do Rio driblaram a falta de dinheiro e saíram pelas ruas da cidade arrastando milhares de foliões neste sábado, um dia de céu claro e muito calor. De norte a sul da cidade, o folião não se incomodou com a temperatura perto dos 40 graus Celsius (ºC) e caiu na folia. Depois de uma manhã marcada pela apresentação de vários blocos, com destaque para o Céu da Terra, que lotou as ruas de Santa Tereza, bairro da região central da capital fluminense, a festa continuou na parte da tarde.

Às 14 horas, em Laranjeiras, na zona sul, os foliões do bloco carnavalesco Xupa mas não Baba, deram início à concentração na Rua Alice para um desfile pelas ruas do bairro que reuniu milhares de pessoas. Este ano, o bloco homenageou os 100 anos do primeiro samba gravado: Pelo Telefone, de Ernesto dos Santos, o Donga, e Mauro de Almeida, segundo registros existentes na Biblioteca Nacional.

Fundado a quase três décadas, o bloco do bairro das Laranjeiras, oferece a oportunidade aos seus integrantes de reencontrar amigos de outros carnavais, segundo Robson Cardoso de Araújo, um dos diretores da agremiação carnavalesca. "O bloco é mais motivo para, festejando o carnaval, se divertir, estreitar laços e rever amigos. Alguns ainda moradores do bairro, outros residem em outras praças e até fora da cidade. Mas quem chegar é bem-vindo".

O niteroiense Maurício de Barros participa do bloco há cerca de dez anos. Acompanhado da namorada Michele Sodré que conheceu no carnaval. "Foi há seis anos, em um encontro de blocos na zona portuária da cidade. Lá se apresentavam, cerca de dez blocos, entre os quais, o Escravos da Mauá. E, desde então, nos divertimos pelos inúmeros blocos da cidade. Como tocador de tamborim, participo da bateria de vários deles, como o próprio Escravos, o Bloco das Carmelitas e o Suvaco de Cristo", disse.

Alternativa

A crise econômica, que encurtou ou inviabilizou o acesso ao patrocínio para os pequenos blocos, também levou a soluções alternativas para não deixar de sair no carnaval. No Leme, zona sul da cidade, três blocos se uniram na montagem da estrutura que beneficiou milhares de foliões. Eles

montaram o palco, colocaram banheiros químicos e, com a ajuda da prefeitura do Rio que disponibilizou a guarda municipal para o trabalho de logística, conseguiram manter uma festa que já é tradicional no carnaval do Leme:

"Nós conseguimos recursos para montar esta estrutura tocando em shows pelo país, ao longo de todo o ano. Sem patrocínio, é difícil para os blocos menos conhecidos. Esta foi a solução encontrada. Temos que nos virar, e a melhor solução é dividir o palco com outros blocos", disse Carlo Zarro, presidente do Bloco Brasil.

Mais adiante, na Rua Rodolfo Dantas, em Copacabana, a Banda Bandida, tradicional e familiar naquela região se concentrava para fazer o seu desfile, que terminou há pouco. Neste momento, o bloco Simpatia é quase Amor faz a festa pela orla de Ipanema.

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