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Peneira Netflix: equipe da INFO sugere pérolas para você ver agora

Todo dia, uma sugestão diferente da redação

Depois de Lúcia (Reprodução)

Depois de Lúcia (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 15h18.

Depois de Lúcia
Por Oga Mendonça, editor de arte da INFO

(Se você procura um filme leve para relaxar num domingo à tarde, ignore completamente este post e procure qualquer coisa com o Adam Sandler. Sério.)

Depois de Lúcia é um daqueles filmes que te ganha pelo desconforto. Acompanhamos o dia a dia de Alejandra e seu pai, Roberto, que tentam reconstruir seu pequeno núcleo familiar após a perda da mãe. Esse processo é doloroso, lento e deficiente. Com a câmera fixa e a ausência de trilha, o diretor Michel Franco nos causa uma sensação incomoda, que passeia entre o voyeurismo, a cumplicidade e a claustrofobia.

Assistimos passivamente o Roberto camuflar a depressão e, sem perceber, se distanciar de Alejandra. A garota, por sua vez, esconde as humilhações que sofre na nova escola e a tristeza pela ausência da mãe, na intenção de não sobrecarregar o pai. Aqui começa a espiral de situações desagradáveis, onde espectadores mais sensíveis vão correr para a sessão comédia romântica, já que o diretor Michel Franco submete Alejandra a um turbilhão de frustrações, covardia e intolerância.

Se você continuou, será premiado com a melhor amostra de como o bullying, este mal nem tão moderno assim, passou do status de "mimimi da geração Y" para uma doença social séria - anabolizada pelo uso selvagem das redes sociais, onde privacidade, ética e moral tentam se equilibrar inutilmente.

Depois que você assistir a este filme, pode ver Vovó Zona sem culpa.

Da Argentina até a Máfia
Por Thiago Tanji, repórter da INFO

- O Filho da Noiva (El Hijo de la Novia)

Sinopse Netflix: Problemas de saúde forçam um estressado dono de restaurante a reavaliar sua vida, nesse emocionante filme sobre laços familiares e valores comprometidos.

Minha sinopse: Mesmo em meio ao período mais crítico da crise econômica e política da Argentina, em 2001, o filme é uma prova da habilidade de nossos vizinhos em construir grandes histórias a partir de temas cotidianos. Na trama, o protagonista Rafael, vivido pelo ator Ricardo Darín, tem a missão de organizar o matrimônio de seus pais, que nunca se casaram na igreja.

- Che, O Argentino (Che - Part One)

Sinopse Netflix: Essa parte acompanha o revolucionário argentino Ernesto "Che" Guevara quando ele ajuda Fidel Castro a dar um golpe de estado no ditador de Cuba, Fulgencio Batista.

Minha sinopse: Dirigida pelo americano Steven Soderberh, a produção tem dom documental e é dividida em duas partes. Nesse primeiro filme, o ator porto-riquenho Benicio Del Toro encarna o médico argentino Ernesto Guevara durante os primeiros anos de sua atuação como guerrilheiro até o momento de triunfo da Revolução Cubana.

- O Poderoso Chefão (The Godfather)

Sinopse Netflix: Quando um patriarca de uma família do crime organizado sobrevive a um atentado, seu filho mais novo entra em cena para lidar com os supostos assassinos.

Minha sinopse: O primeiro capítulo da trilogia cinematográfica conta a trajetória da família ítalo-americana Corleone, uma das mais poderosas organizações mafiosas de Nova York. Com interpretações magistrais de Marlon Brando, Al Pacino e James Caan, a trama é recheada de intrigas, violência e reviravoltas.

- Scarface

Sinopse Netlflix: Um chefão do tráfico da Flórida comete o erro fatal de "abusar de seu próprio suprimento", nesta refilmagem do diretor Brian de Palma do original de 1932.

Minha sinopse: Interpretando outro anti-herói famoso na história do cinema, Al Pacino dá vida a Tony Montana um criminoso cubano que é expulso da ilha caribenha durante o “Êxodo de Mariel”, episódio de emigração em massa de cidadãos de Cuba em direção aos Estados Unidos no ano de 1980.  Vivendo em Miami, Montana começa a escalada para se tornar o rei da cocaína. 

Adventureland/Férias Frustradas de Verão (2009)
Por Gabriel Garcia, da Redação INFO

O nome original do filme é Adventureland, mas foi lançado no Brasil com o não tão brilhante nome de Férias Frustradas de Verão. Mas não se engane com o péssimo título nacional. Também não se engane com o diretor Greg Mottola, do escrachado Superbad. O filme é excelente.

Estamos em 1987: um garoto (o ótimo Jesse Eisenberg, em um papel anterior ao sucesso de A Rede Social) passa o verão trabalhando no parque de diversões que dá nome ao filme, onde descobre o sexo, as drogas e o amor. O enredo é simples, mas o roteiro é incrivelmente bem escrito, algo difícil em filmes sobre (e para) adolescentes. A história captura precisamente aquele momento em que percebemos que a vida começou. Para uns, ele vem naturalmente. Para outros, essa transição custa a chegar.

Mas o que mais chama atenção no filme é outra pessoa: Kristen Stewart. A protagonista da série Crepúsculo faz o interesse romântico do garoto, sempre com aquele jeito de estar eternamente esperando um ônibus que nunca chega. Mas cada vez que ela aparecia em cena com aquele olhar de derreter aço, eu me sentia como o personagem principal: ficava totalmente apaixonado. Ela faz o espectador sentir como se tivesse acabado de descobrir o amor pela primeira vez: confuso, morrendo de medo de mergulhar no desconhecido. Mas absolutamente ansioso para viver tudo isso.

PS: A trilha sonora do filme também é excelente. E um filme que começa e termina tocando The Replacements não pode ser ruim.

Hackers – Piratas de computador (1995)
Por Luiz Cruz, chefe do INFOlab

Quem assiste ao filme Hackers de forma despretensiosa, provavelmente não consegue entender sua importância histórica. Há quem diga que o filme é insosso, mas ele esconde um retrato, por vezes exagerado, da cultura cyberpunk do final da década de 80 e início da década de 90. Por isso é considerado um cult hacker. 

Um dos personagens centrais do filme, o hacker Dade Murphy (codinome Crash Override e Zero Cool) faz alusão ao hacker Robert Tappan Morris[1], o criador do primeiro vírus auto-replicante do mundo. Hoje Morris também é conhecido por ter criado a Y Combinator, uma investidora de startups, e a linguagem de programação Arc (considerado um dialeto do LISP), junto com Paul Graham. 

Em diversos momentos o filme referencia John Draper[2], que é considerado o pai do phreaking (phone+freak é um termo usado para os hackers de telefonia). Os personagens da trama que mais referenciam ele são: Ramon Sanchez, codinome "The Phantom Phreak," Emmanuel Goldstein, codinome "Cereal Killer” e Paul Cook, codinome "Lord Nikon". 

Curioso também é o encontro entre os personagens no bar Cyberdella. Cereal Killer retira de sua mochila alguns livros coloridos, conhecidos como Rainbow Books, para emprestar para o personagem Phreak. Na cena, Dade identifica todos. São eles:

• Green - X/OPEN portability guide: System V specification commands & utilities, Volume 5

• Orange  - Guia “DoD Trusted Computer System Evaluation Criteria”

• Pink – Livro “The Peter Norton Programmer's Guide to the IBM PC

• Devil book Unix Bible- Livro “The Design and Implementation of the 4.3BSD Unix Operating System”

• Dragon Book Compiler Design – Livro “Compilers: Principles, Techniques, and Tools” 

• Red – Guia “NSA Trusted Networks”

A integra dos livros/guias coloridos (Rainbow Series[4] ou Rainbow Books) pode ser lida aqui[3]. E não menos importante é saber que o outro personagem principal, a Kate Libby, é interpretado pela atriz Angelina Jolie. Ela é uma hacker que usa o codinome Acid Burn e desfila com um Apple Powerbook Duo 2300c[5].

[1] http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Tappan_Morris

[2] https://en.wikipedia.org/wiki/John_Draper

[3] https://www.fas.org/irp/nsa/rainbow.htm

[4]  http://en.wikipedia.org/wiki/Rainbow_Series

[5]http://www.everymac.com/systems/apple/powerbook_duo/specs/mac_powerbook_duo2300c_100.html

Sessão terror (admitindo um lado trash)
Por Paula Rothman, editora-assistente

Preciso confessar uma obsessão por filmes de terror. Ela começou antes da adolescência e da modinha relançada pelo Pânico (não me levem a mal. Adoro a saga da Sidney). Psicose, O Iluminado e os grandes clássicos que ficam no limite entre suspense-terror estão sempre na minha lista de favoritos. Mas quem conquistou espaço cativo no meu coração foram os filmes trash.

O sangue parece ketchup, os diálogos são surreais, as cenas são risíveis e, ainda assim, você morre de medo em algum momento (ou não...). Perfeito para uma tarde chuvosa. No Netflix, embora o terror não seja o forte, vira-e-mexe esbarro com alguns dos meus títulos preferidos. Abaixo, uma seleção de títulos que você encontra por lá - de enredos brilhantes a roteiros bizarros. Divirta-se!

- O Duende (Leprechaun)

Sinopse Netflix: “Um pai e uma filha se mudam para uma casa nova e descobrem que um duende assassino de 600 anos mora no porão”.

Minha sinopse: Clássico dos trash. Em 1993 Jenifer Aniston, a eterna Rachel de Friends, devia estar bastante desesperada por um papel em Hollywood. Só assim para aceitar viver a mocinha que tenta escapar das garras de uma criatura que só pode ser fruto do cruzamento de um anão da Branca de Neve com Chuck, o Boneco Assassino. Vale cada cena.

- O Dentista 2 (The Dentist 2: Brace Yourself)

Sinopse Netflix: “O dentista homicida Lawrence Caine escapa de um hospital psiquiátrico de segurança máxima e abre um consultório usando um novo nome”

Minha Sinopse: Como o nome indica, é uma sequência, o que automaticamente potencializa as chances de o filme ser tosco. E é. Mas para qualquer um que passou toda a adolescência sendo torturado por um aparelho, a ideia de um dentista psicopata é bem plausível. Atenção: contém cenas altamente aflitivas.

- Hellraiser: Renascido do Inferno (Hellraiser)

Sinopse Netflix: “Um casal se muda para uma casa antiga e logo descobre uma criatura medonha: o meio-irmão do marido (e ex-amante da esposa), escondido no andar de cima”.

Minha Sinopse: O filme é do ano em que eu nasci, o que por si só já traz um apelo emocional. Contém altas (altíssimas) doses de sangue, por todo lado, e é absurdamente assustador. De verdade. Não assista de noite sozinho em casa.  

- Cube (O Cubo)

Sinopse Netflix: “Sem ter ideia de como chegaram ali ou por que foram escolhidas, seis pessoas diferentes são presas em um labirinto de cubos aparentemente sem saída”.

Minha Sinopse: “Pare tudo o que está fazendo e assista a esse filme. Sério. Talvez ele nem se encaixe perfeitamente na categoria terror- é quase uma ficção científica bem sanguinolenta. Aliás, no Netflix, ele não está na aba do gênero. Mas o nível de tensão do espectador fica tão alto que vale a menção”.

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