Casual

Paulo Guedes? O economista mais famoso do Brasil é o Gilberto, do BBB

Mestre pela UFPE, Gilberto estudou os impactos da violência no mercado de drogas e, já dentro da casa, foi aceito no doutorado de duas universidades americanas

O economista Gilberto José Nogueira Jr., o Gil do Vigor do BBB 21 (GShow/Divulgação)

O economista Gilberto José Nogueira Jr., o Gil do Vigor do BBB 21 (GShow/Divulgação)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 21 de fevereiro de 2021 às 15h26.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2021 às 21h26.

A edição 2021 Big Brother Brasil já pode ser chamada de histórica. Não faltam brigas e polêmicas dentro da casa e, no lado de fora, sobram cancelamentos nas redes sociais. Mesmo gerando raiva e tristeza no público, o programa tem batido recordes de audiência (27 pontos na média do IBOPE, o maior número em oito anos), levantando questionamentos sobre o impacto dessa atmosfera sobre as marcas patrocinadoras.

Em meio a todo esse hype, um participante surpreendeu ao levar o debate econômico para dentro da casa: o economista Gilberto José Nogueira Júnior, da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) - agora mais conhecido por seu apelido, Gil do Vigor.

Que tal viajar mais no mundo pós-pandemia? Conheça o curso de liberdade financeira da EXAME Academy

O lado acadêmico do brother que dança o "tchaqui tchaqui" começou a chamar a atenção nos últimos dias, quando ele explicou a Juliette, de uma maneira bastante informal e didática, o que é a Curva de Phillips - a teoria econômica que descreve a relação direta entre desemprego e inflação.

"Muitas vezes as pessoas dizem 'quando eu for Presidente, eu vou emitir moeda lá no Banco Central e dar dinheiro para todo mundo! Todo mundo rico! Mas aí eu comecei a estudar e vi que uiiiiii [não é bem assim]", disse Gil, passando automaticamente a ser cotado para a cadeira do ministro Paulo Guedes, da Economia  - pelo menos nos memes do Twitter.

https://twitter.com/whomath/status/1362508447762309120

O gosto de Gil pela economia existe desde muito cedo. Nascido em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitanda de Recife, ainda no ensino fundamental, por volta do sexto ano, o futuro economista ganhou uma Menção Honrosa na Olimpíada Brasileira de Matemática. Alguns anos depois, já no ensino médio, Gil foi novamente reconhecido com outra Menção Honrosa, ao mesmo tempo em que começava a trabalhar como auxiliar de garçom.

Não demorou muito e Gil largou o avental para ser auxiliar administrativo em uma corretora de seguros - onde ele costumava chegar mais cedo para poder estudar para o vestibular. Mas foi o incentivo da mãe que o motivou a perseguir seus sonhos, fazendo com que ele se tornasse o primeiro de sua família a cursar o ensino superior.

Durante a graduação em Ciências Econômicas na Federal do Pernambuco, de 2011 a 2016, Gil foi monitor na disciplina de microeconomia e concluiu o curso analisando "a Convergência de Renda entre os Municípios do Estado de Pernambuco entre 1999 e 2012". Convicto da vocação acadêmica, Gil foi aprovado no mestrado na UFPE e conquistou uma bolsa do CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Orientado pelo professor Rafael Costa Lima, especialista em teoria dos contratos, economia política e organização industrial da UFPE, Gil passou três anos estudando a relação entre revenda de drogas e a violência. De acordo com a pesquisa de Gil, a violência é tão estratégica para o sucesso das vendas quanto as definições de quantidade e de preço das drogas. Leia a dissertação dele na íntegra aqui.

O trabalho modela a relação existente entre a repressão violenta feita pela polícia e as externalidades geradas pelos mercados de drogas, considerando que a oferta de drogas se dá através de um mercado verticalmente relacionado (uma cadeia produtiva) que envolve um traficante (empresa upstream) e um revendedor (empresa downstream). Em alguns casos a violência será uma estratégia para reduzir a efetividade da repressão do poder público, em outros a violência será uma estratégia de criação de barreiras à entrada, que podem aumentar o poder de mercado dos revendedores incumbentes.

Trecho da dissertação de mestrado de Gilberto José Nogueira Jr, o Gil do BBB

Assim que concluiu o mestrado, em 2019, Gil emendou o início do doutorado, também na UFPE, mas deseja concluir o desenvolvimento do programa acadêmico numa universidade no exterior. Segundo o jornal Extra, custear a vida de pesquisador lá fora é um dos planos de Gil caso ganhe o prêmio de R$ 1,5 milhão no BBB.

Mal sabe ele que boas notícias o aguardam aqui fora. Nesta semana, Jacira Santana, a mãe de Gil, foi ao Twitter anunciar que o filho havia sido aprovado na Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Uma semana depois, mais uma boa notícia. Também no Twitter, o orientador de Gil no mestrado e no doutorado avisou que ele foi aceito no programa de doutorado da Universidade da Califórnia e com bolsa de estudos. "Não é apenas um PhD excelente, é o que estava no topo da lista de preferências dele!", disse o professor Rafael Costa Lima. "E ele que não invente de desistir!"

Em uma conversa dentro da casa, Gil disse a Sarah que a pesquisa da sua tese de doutorado deve abordar as legislações para a população LGBT e a omissão dos estados no combate ao crime contra essa minoria - relacionando, mais uma vez, suas vivências pessoais e a violência com o universo da economia.

A paixão pelo assunto segue aparecendo no BBB. Gil revelou recentemente que, caso ganhe a liderança da casa, pediu à produção do programa que o tema de sua festa seja, justamente, a economia. "Na festa, eu botei da Economia. Ainda botei assim, queria números, roupa de todo mundo de número, lá fora um monte de número, e as comidas com números", disse ele às amigas Sarah e Juliette.

Aqui do lado de fora, estamos ansiosos por essa festa, Gil.

Acompanhe tudo sobre:BBBFaculdades e universidadesGloboLGBTPernambucoReality showsTráfico de drogas

Mais de Casual

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Conheça os melhores relógios do mundo em 2024 segundo o 'Oscar da relojoaria'

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese