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Paulo Goulart será enterrado no Cemitério da Consolação

O ator, que havia sido internado para tratamento de um câncer na região dos pulmões, morreu aos 81 anos


	O ator Paulo Goulart: ele não conseguiu fugir do dom para as artes cênicas
 (Divulgação / Rede Globo / Minha Novela)

O ator Paulo Goulart: ele não conseguiu fugir do dom para as artes cênicas (Divulgação / Rede Globo / Minha Novela)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 09h52.

São Paulo - Morreu na quinta-feira, 13, aos 81 anos, o ator Paulo Goulart. No final de 2013, ele havia sido internado para tratamento de um câncer na região dos pulmões, dois anos após ser tratado por um câncer nos rins. O enterro do ator será realizado nesta sexta-feira, 14, a partir das 14 horas, no Cemitério da Consolação.

Ele nasceu Paulo Afonso Miessa em 9 de janeiro de 1933, mas se tornou Paulo Goulart em homenagem ao tio radialista, Airton Goulart. Natural de Ribeirão Preto, começou sua carreira no rádio. Chegou a estudar Química Industrial, pois queria "ter algum ofício".

Mas não conseguiu fugir do dom para as artes cênicas. No início dos anos 50, a Rádio Tupi abriu testes para locutores. Goulart não passou no teste, mas mesmo assim foi contratado por Oduvaldo Vianna como radioator. Vianna foi quem percebeu no jovem de voz e gestos marcantes o potencial para se tornar, então, ator profissional.

Com 18 anos, integrou o elenco de vários programas e, como era o caminho natural da época, acabou chamando atenção dos diretores de TV. O primeiro programa no qual atuou foi o de Mazzaropi, no papel de Boca Mole.

Em 1952, estreou na TV Paulista, no elenco da novela Helena. Foi também neste ano que entrou para o Teatro de Alumínio, sob a direção de Abelardo Figueiredo. Lá conheceu aquela que se tornaria sua mulher e mãe de seus filhos: a atriz Nicette Bruno, com quem se casou em 1954. Foi também com ela que estreou nos palcos, no mesmo ano, Senhorita Minha Mãe.

Era o início de uma parceria para toda a vida, que rendeu projetos como o Teatro íntimo Nicette Bruno, fundado pelo casal, além de dezenas de peças memoriáveis e premiadas.

Em 1953, por exemplo, foi dirigido pelo estreante Antunes Filho em Week-end, de Noel Coward. Entre outras produções teatrais das quais participou nos anos seguintes, destaca-se Bife, Bebida e Sexo, dirigida por Paulo Francis em 1955.


Em 1956, entra para o elenco da histórica Vestido de Noiva, em que contracenava com Henriette Morineau, com quem Paulo conviveu por vários anos e a quem diz dever muito a sua formação. Para participar da peça de Nelson Rodrigues, Paulo e Nicette se mudaram para o Rio, onde ele também trabalhou no cinema, integrando o elenco do longa Rio Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos.

Parcerias

Depois de passagem pela TV Continental (1959), foi dirigido por Ziembinski em Zefa Entre os Homens, de Henrique Pongetti, em 1962. No mesmo ano, Paulo se mudou com Nicette e a família para Curitiba. Lá, trabalhou na Escola de Teatro Guaira, na TV Paraná e no Teatro de Comédia do Paraná.

Mas, apesar da boa fase no sul do País, a TV estava em seu caminho e os Goulart voltaram para São Paulo em 1966, quando o ator foi convidado pela TV Excelsior para atuar em As Minas de Prata (1966), de Ivani Ribeiro.

Enquanto isso, nos palcos, Nicette e Paulo firmaram parceria com o diretor Antonio Abujamra, criaram o Teatro Livre e encenaram diversas produções, como Boa Tarde, Excelência (1967), O Olho Azul da Falecida (1968) e Os Últimos Passos (1969), entre outras.

Protagonista

Na TV, da Excelsior para a TV Globo foi questão de tempo e, em 1969, ele fazia sua estreia na emissora em A Cabana do Pai Tomás, adaptação de Hedy Maia do romance de Harriet Beecher Stowe.

Em seguida, ainda em 1969, ganhou seu primeiro protagonista, o personagem de Flávio Avelar, em Verão Vermelho, de Dias Gomes. Na década de 70, voltou à Tupi para trabalhar nas novelas Éramos Seis (1977), de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho; e Gaivotas (1979), de Jorge Andrade.


No teatro, em 1974, seu hilário papel como a Mme. Hortense de Orquestra de Senhoritas, de Jean Anouilh, com adaptação e direção de Luís Sérgio Person, rendeu ao ator os prêmios de melhor atuação do ano pela Associação Paulista de Críticos (APCA) e o Molière de melhor ator.

Na década de 80 retornou à Globo para atuar em Plumas e Paetês (1980), Jogo da Vida (1981), Transas e Caretas (1984), Roda de Fogo (1986) e Fera Radical (1988). Além das novelas que o tornaram nacionalmente famoso, Goulart também integrou o elenco de várias minisséries, como Chapadão do Bugre (1988), de Antônio Carlos da Fontoura, na TV Bandeirantes.

Vilões também sempre foram presentes em sua carreira. Em 1993, no remake de Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro, deu vida ao inesquecível Donato. Já nos anos seguintes, passaria pelo SBT, onde fez As Pupilas do Senhor Reitor (1995), e pela Rede Bandeirantes, em O Campeão (1996).

Em 1997, regressou mais uma vez à TV Globo e interpretou o aviador Ulisses em Zazá, de Lauro César Muniz. Em 2002, Benedito Rui Barbosa daria a ele mais um personagem memorável: Farina, de

Esperança.

Em 2006, a família Goulart foi homenageada no 18º Prêmio Shell de Teatro. Paulo, Nicette e os filhos, que trabalharam juntos em diversos projetos foram premiados com um troféu especial por sua união e realizações teatrais ao longo de mais de duas décadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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