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Paula Toller e a essência rock'n'roll da nova turnê

Após mais de 30 anos à frente do Kid Abelha, cantora agora investe em show inédito, que chega hoje a SP, e se arrisca em novos projetos musicais

Paula Toller se apresenta nesta sexta, 10, no Teatro Bradesco (Paula Toller Oficial/Facebook/Divulgação)

Paula Toller se apresenta nesta sexta, 10, no Teatro Bradesco (Paula Toller Oficial/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 08h41.

Paula Toller vive plenamente um novo momento da carreira. Ela mergulhou de cabeça em seus projetos - e se espraiou também em outras frentes. Lançou um espumante que leva seu nome, LaToller. É coprodutora da cinebiografia de Erasmo Carlos, Minha Fama de Mau, que tem direção de seu marido, Lui Farias, além de fazer participação especial no filme. E está com uma turnê inédita na estrada, Como Eu Quero, que chega a São Paulo nesta sexta, 10, no Teatro Bradesco.

"Nos últimos anos, estou mais rock' n' roll, mais solta. Estou fazendo uma porção de coisas que eu não fazia, que eu não tinha tempo para fazer... Que eu não tinha tempo, não, que eu não fazia tempo, porque tempo você faz. Eu ficava focada demais só em turnê e disco, e atualmente estou bem mais soltinha", diz Paula, em entrevista à reportagem.

No ano passado, o Kid Abelha anunciou o fim da banda, e cada integrante seguiu seu caminho na música. Essa rotina com banda era um ciclo que precisava ser encerrado, para você ter mais liberdade? "Não sei, eu me sentia mais presa. Mas é uma época diferente, você quer coisas diferentes, quer andar em grupo, e acho que esse ciclo chegou ao fim. A banda não chegou ao fim, ela está aí, na vida das pessoas."

E, após mais de 30 anos de convivência em grupo, não bate saudade disso? "Estou 100% dedicada ao que estou fazendo, então não fico pensando nesses termos", responde a cantora e compositora, de 55 anos. Seu foco agora é o novo show, que tem direção musical de Liminha, seu amigo de longa data, baixista do Mutantes e produtor de históricos discos do rock nacional, inclusive de álbuns do Kid Abelha.

A apresentação como um todo foi pensada da maneira que Paula desejava - como pode sugerir o próprio título do show, inspirado no hit de sua ex-banda -, mas ela conta que essa sua participação ativa não vem de agora.

"Sempre fui muito atuante em todas as fases de montagem de show, desde o repertório, independentemente de ser Kid ou solo. Sempre fui acostumada assim: todo mundo decidindo repertório, arranjos, tudo sempre foi feito em equipe. Continua a mesma coisa, só que são outras pessoas, claro que tenho uma liderança mais concreta."

Nesse setlist, Paula faz um passeio pela carreira solo e em grupo com grandes sucessos, como Fixação, Como Eu Quero, Eu Tive Um Sonho, Te Amo Pra Sempre e Grande Hotel. Mas foi além, com canções menos conhecidas e releituras também.

Quais as dificuldades em montar um repertório assim? "É uma questão do que você vai tirar. Dentro disso, entra a preferência do público por algumas músicas que não podem ficar de fora, algumas coisas que você quer colocar, tipo uns lados B, como, por exemplo, uma música chamada Eu Tô Tentando, e novidades, coisas para o público ouvir, não só cantar.

Procuro fazer assim e é muito intuitivo para mim, não fico teorizando, não", explica ela, que, no palco, é acompanhada por Liminha (arranjos e violão), Gustavo Camardella (violão), Pedro Augusto (teclados), Pedro Dias (baixo) e Adal Fonseca (bateria).

Entre as releituras ouvidas na voz de La Toller, estão canções como Ando Meio Desligado, dos Mutantes, Céu Azul, da banda Charlie Brown Jr., e Deixa a Vibe Te Levar, versão de Don't You Worry 'Bout a Thing, de Stevie Wonder - e que reflete o atual estado de espírito de Paula. "Charlie Brown é uma banda que ninguém jamais compararia ao Kid, é mais pesada, e, no entanto, eles compuseram uma canção superdelicada, é quase uma bossa, então eu trouxe para mim."

Intimista, o show dá espaço para improvisos. E para Paula Toller mostrar as músicas em sua essência. "A alma desse show são os violões. É um show eletroacústico, porém com uma pegada rock'n'roll, não é aquele show em que os arranjos são muito grandiosos, com muitos instrumentos." A turnê não tem data certa para acabar, mas Paula quer seguir com os shows durante 2018. Está prevista a gravação de DVD, em janeiro, no Rio, que será lançado em março pela gravadora Universal, que é parceira também na turnê.

Paula Toller

Teatro Bradesco. Rua Palestra Itália, 500, 3º piso, Bourbon Shopping São Paulo, tel.: 4003-1212. R$ 140/R$ 240.

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