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Pattinson chega a Cannes como menino dourado e perigoso

"Cosmopolis" retrata um dia da vida de Eric Packer, um "filho dourado" de Wall Street, arrogante e cínico

O filme é uma adaptação do romance de Don DeLillo (©AFP / Loic Venance)

O filme é uma adaptação do romance de Don DeLillo (©AFP / Loic Venance)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 13h31.

Cannes - O galã da saga "Crepúsculo", Robert Pattinson, rompeu com sua imagem de vampiro sedutor ao interpretar um multimilionário que percorre Nova York em sua limusine, vivendo situações limites em "Cosmopolis", de David Cronenberg, na disputa pela Palma de Ouro de Cannes.

O britânico de 26 anos, um dos atores mais bem pagos de Hollywood, está presente em cada cena do filme do diretor canadense, que foi projetado nesta sexta-feira no 65º Festival de Cinema de Cannes, a apenas dois dias para o anúncio dos premiados.

O filme, um dos 22 longas-metragens em Cannes, é uma adaptação do romance do escritor americano Don DeLillo, publicado em 2003, mas que Cronenberg considera premonitório por evocar a crise do capitalismo e a ganância fora de controle.

"Cosmopolis" retrata um dia da vida de Eric Packer, um "filho dourado" de Wall Street, arrogante e cínico, que percorre as ruas de Nova York para ir a seu cabelereiro, no bairro onde cresceu, no dia em que o presidente dos Estados Unidos está na cidade.

Sua viagem, que tem como plano de fundo a crise financeira e os protestos anti-capitalistas, algumas cenas foram filmadas durante as manifestações "Ocupe Wall Street", se torna uma odisseia, na qual Packer cruza com seus fantasmas e personagens, como o interpretado pela atriz francesa Juliette Binoche, que faz uma pequena aparição.

"Toda a jornada do protagonista é uma busca pela libertação. Ele está preso em sua própria limusine, tentando escapar de sua vida", explicou Cronenberg aos jornalistas, durante a apresentação do filme à imprensa.

O ator, que subirá com a equipe do filme as escadarias do Palácio dos Festivais nesta sexta-feira à noite para a estreia mundial de "Cosmopolis", ressaltou que para interpretar Parker precisou se deixar levar pelo "lirismo e pelo ritmo dos diálogos" do roteiro.

"Escrevi o roteiro em apenas seis dias", um recorde, "graças à estrutura e aos diálogos do livro (de DeLillo), que são fantásticos", disse Cronenberg na entrevista coletiva à imprensa, onde esteve acompanhado pelo elenco do filme e do próprio escritor Don DeLillo.

O diretor ressaltou o trabalho do jovem ator, ídolo de milhões de adolescentes, que adquiriu profundidade e modificou completamente sua imagem para o filme, no qual atuam também Paul Giamatti, Sarah Gadon, Samantha Morton e os franceses Juliette Binoche e Mathieu Amalric.

Cronenberg, com cerca de 20 filmes em seu currículo, filmou muito próximo do ator, que quase nunca sai de sua limusine, seu universo construído para lidar com o mundo a sua maneira... até que aposta na desvalorização do yuan, moeda chinesa, erra, e decide destruir tudo o que ele construiu.

"Para mim, a essência do cinema são os rostos falando, não são os grandes espaços abertos, as paisagens, como o Grand Canyon", afirmou Cronenberg, ressaltando que nos últimos 22 minutos do filme resumiu o que para ele é o "essencial": "uma pessoa falando" .

Os últimos 22 minutos de "Cosmopolis" mostram um longo diálogo, filmado em primeiro plano, em que Packer viaja para a destruição. Assim também termina o livro de DeLillo.

Esta não é a primeira vez que o diretor de filmes como "Uma História de violência" traz para a tela uma obra literária. Ele fez o mesmo com "O almoço nu", de William S. Burroughs, e "Crash", de James Ballard.

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