Casual

Passarela do SPFW fala de natureza, glamour e política

Programação do último dia fez jus a seu tema deste ano: se deslocando da zona Sul, em um desfile no CEU Casa Blanca, e seguindo para o Parque Villa-Lobos


	Gisele Bündchen, desfilando pela Colcci, na São Paulo Fashion Week Inverno 2014, no Parque Villa-Lobos
 (Agência Fotosite / Divulgação)

Gisele Bündchen, desfilando pela Colcci, na São Paulo Fashion Week Inverno 2014, no Parque Villa-Lobos (Agência Fotosite / Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2013 às 10h10.

São Paulo - A programação do último dia de São Paulo Fashion Week fez jus a seu tema deste ano: deslocamentos. A jornada começou com desfile do estilista Lino Villaventura no CEU Casa Blanca, na zona Sul da cidade; seguiu com a agenda oficial no Parque Villa-Lobos; e terminou com a visita da ministra da Cultura Marta Suplicy ao desfile da coleção masculina de Alexandre Herchcovitch.

A passagem de Marta, que também assistiu à última apresentação da noite e da semana, a de Samuel Cirnansck, é estratégica em ano em que o setor enfrenta polêmica por conta da aprovação pelo MinC de três projetos de desfiles dos estilistas Ronaldo Fraga, Pedro Lourenço e Herchcovitch para que captem verba por meio da Lei Rouanet de incentivo à cultura. Um dos principais pontos de crítica dos que se opõem à aprovação é justamente o acesso da população aos desfiles.

"A moda não é só um desfile com 400 pessoas. O povo já tem acesso à moda. Os desfiles da São Paulo Fashion Week estão em todas as televisões. Estamos criando uma cultura de moda. A população sabe sim o que é moda", declarou a ministra nesta sexta-feira, 01,, em conversa com a imprensa logo após o desfile masculino de Alexandre Herchcovitch. "Sem contar que todos os projetos tinham uma parte dedicada à contrapartida para a população, como apresentações extras, cursos e exposição", continuou.

Frio na barriga

A iniciativa da SPFW de levar o desfile de Lino Villaventura ao CEU, em parceria com a prefeitura da cidade, o que já havia ocorrido na edição passada com o desfile de Ronaldo Fraga, vem ao encontro desta demanda. Lino apresentou os mesmos looks desfilados na noite de quinta-feira, no Parque Villa Lobos, para 450 alunos que lotaram o teatro do CEU.

E falou de seu processo de criação, influências, e de como é o trabalho na moda. "Estou muito feliz em estar aqui, e com o mesmo frio na barriga que senti ontem. É a primeira vez que assisto ao meu próprio desfile e isso me deixou mais nervoso ainda", comentou.


Já durante a tarde, no parque, quem abriu a programação foi Reinaldo Lourenço, que evocou um glamour displicente ao estilo das francesas, Reinaldo Lourenço propôs um inverno digno de atenção. Na passarela, elementos clichês, mas certeiros, que representam o luxo: o dourado, o leopardo e as sandálias com meia-calça fina.

A linha do estilista começa com calças, ternos e saia lápis, sempre em cortes retos e com a cintura bem marcada. Esse estilo de saia, aliás, promete ser hit da estação e, na coleção de Reinaldo, ela ganha fendas longas. A estampa de leopardo é disfarçada nas cores roxa e vermelha e colore casacos longos, sobretudos e micro e macro camisetas.

O dourado e o prateado iluminam vestidos longos e curtos, rentes ao corpo, e que são destaques pelos recortes que criam grafismos e que têm o tule e o musseline como forro. O tule aparece também com foco em transparência.

Em seguida, a Amapô reviveu o espírito da década de 1970, traduzido em cinturas bem altas boca em sino e muitas flores. A barriga de fora, o cropped, o jeans com jeans e a mistura de estampas: todos esses elementos característicos da década renascem na passarela da marca. Reconhecida pelo excesso de cores e estampas, nessa estação, a marca vem mais contida e concentrada em uma pesquisa de época bem interessante.

Alexandre Herchcovitch, por sua vez, ocupou em seguida a passarela com uma coleção masculina poderosa e pesada, inspirada no cangaço brasileiro. Nesta linha, referências ao militarismo dos cangaceiros, bolsas à tiracolo, estampas de jaguatirica (a onça brasileira) e até mesmo vestidos, em uma coleção andrógina e ao mesmo tempo muito masculina.

"Quis homenagear o cangaço, um movimento que sempre primou pelo estilo de sua indumentária. É uma releitura muito particular, mas muito brasileira também", declarou o estilista.

Acompanhe tudo sobre:Desfiles de modaFashion WeekModa

Mais de Casual

4 estradas incríveis no Brasil para testar carros em diferentes tipos de terreno

Xiaomi venderá carros elétricos fora da China nos próximos anos, diz CEO

Alvaro Gutierrez, country manager da Intimissimi, aproveita o tempo livre em cavalgadas pelo mundo

‘Anora’ faz história no Oscar ao vencer Melhor Filme e mais 4 categorias