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Paris abre Semana de Moda respirando natureza

Veronique Branquinho retoma sua marca graças à colaboração com o grupo italiano Gibò

Veronique Branquinho na Semana de Moda de Paris (Getty Images)

Veronique Branquinho na Semana de Moda de Paris (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 19h55.

Paris - Os elementos naturais dominaram o primeiro dia da Semana de Moda de Paris, que começou nesta terça-feira com os desfiles de ''prêt-à-porter'' para primavera-verão 2013 de Fátima Lopes e Veronique Branquinho.

A Ilha da Madeira foi a fonte de inspiração da estilista portuguesa Fátima Lopes, que recriou o ambiente tropical, com uma floresta estilizada ao fundo da passarela e trilha sonora de cantos de pássaros, em uma das salas do Théâtre du Châtelet da capital francesa.

''A referência da coleção é a ilha em que nasci, o sol, o mar, os pássaros. Tem muito de mim'', assegurou Lopes à Efe após a apresentação de umas prendas de cores sólidas que se complementam com delicados e abstratos impressos florais.

O verde-água e o verde-oliva apareceram em vestidos fechados até o pescoço com amplos decotes nas costas e o jogo com as aberturas, beneficiadas pelos cortes geométricos, foi uma constante do espetáculo.

Fátima Lopes, que descreveu sua coleção como ''muito forte, muito feminina, muito chique'', utilizou as flores como tema central, que também tomou conta dos complementos: sapatos, cinturões, braceletes e colares se inspiraram na imagem de pedaços de fruta douradas a tamanho natural.

Com a ideia de criar peças ''para uma mulher que gosta de ser mulher e ao mesmo tempo é muito forte, glamourosa e elegante'', a designer levou as pregas até sua máxima expressão, fosse em uma saia ou em calças capri.

As cores da natureza foram abrindo passagem para um preto que ressaltava as pinceladas tropicais da flora em tonalidades fluorescentes de azul e roxo.

As maxi ombreiras, simétricas ou únicas, e os boleros com manga quimono foram outras contribuições da portuguesa.


Este primeiro dia também se destacou pela volta da criadora belga Veronique Branquinho, que retoma sua marca graças à colaboração com o grupo italiano Gibò.

Os tons terra, por vezes metalizados, e os jogos entre o branco e o preto destacaram em uma coleção de peças folgadas e elegantes, com um grande protagonismo da gaze plissada e das mangas amplas.

O também belga Jean-Paul Lespagnard apresentou uma coleção de ''prêt-à-porter'' étnica, um safári carnavalesco com estampas geométricas chamativas.

Calças largas de corte simples, vestidos de coquetel e macacões inspirados na África levaram alegria e calor à semana de moda.

Fora do circuito oficial, a jovem desenhista francesa Léa Peckre, consagrada pelo Prêmio do Festival de Moda de Hyères 2011, que teve júri presidido por Raf Simons, teve seu primeiro desfile em Paris.

''A Light in the Dark'', coleção que deve ser comercializada, joga com as luzes e sombras de um passeio de carro, na escuridão da noite, pela floresta.

''Há uma energia, um ambiente que me chama muito a atenção, muito cinematográfico'', explicou à Efe Léa, que ficou conhecida no ano passado com modelos inspirados em cemitérios.

O preto está onipresente em vestidos que envolvem o corpo, que é vislumbrado através das transparências que apresentam ''a mulher de forma mais sutil, mais feminina'', descreveu a criadora.

Na barriga e nas laterais das costas, brilhos evocam a folhagem noturna em um ''grafismo vegetal geométrico, desconstruído'' que dá ainda um toque animal à peça.

Léa Peckre brinca com as jaquetas, as transforma em casaco e vestido ao mesmo tempo e as desenvolve até conseguir um bolero-fraque que termina com a saia deixando as pernas descobertas.

Amanhã será a vez de Guy Laroche, Alexis Mabille, Felipe Oliveira Baptista e Dries Van Noten.

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