Casual

Para Peter Greenway, cinema está morto

Em sua palestra, em São Paulo, ele diz que os filmes já não oferecem novidades e propõe mudanças radicais

Greenaway foi autor de algumas produções importantes, principalmente entre 1980 e 1990 (Getty Images/Gareth Cattermole)

Greenaway foi autor de algumas produções importantes, principalmente entre 1980 e 1990 (Getty Images/Gareth Cattermole)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2012 às 12h21.

São Paulo - O diretor de cinema Peter Greenaway chegou a São Paulo com seu discurso mais ousado: “O cinema está morto”, disse, em sua palestra no evento Fronteiras do Pensamento, ocorrida nessa segunda-feira.

Greenaway foi autor de algumas produções importantes, principalmente entre 1980 e 1990 — como o filme O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante — e se destacou por se aprofundar numa estética predominantemente visual em seus filmes. Hoje, ele vai mais longe: denuncia a tirania dos textos e proclama um aprofundamento da linguagem visual.

“O cinema começa com uma folha em branco, onde se escreve o roteiro. Não deveria ser assim”, diz ele. “Os americanos estúpidos introduziram o texto e a narrativa e estragaram o cinema”. O cinema de Hollywood é uma das principais vítimas de suas ideias.

“Todos os filmes hoje são de Hollywood, ainda que não sejam feitos lá. E são sempre a mesma coisa, não há mais novidade”. Greenaway sugere novas formas de produzir cinema, aproveitando-se da facilidade que a tecnologia oferece.

A começar pelas salas de projeção. “A escuridão não é natural ao ser humano. Como também não é ficar sentado, olhando fixo para apenas um ponto”, diz. Ele propõe uma mudança radical na projeção, incluindo formatos de telas variados.

Pintor por formação, Greenaway é ousado, sim, mas cumpre um papel que não tem sido muito comum nos dias de hoje: o de questionar e de criticar. Ainda que suas propostas não estejam desenvolvidas o suficiente para oferecer aquilo que ele procura: arte.

Acompanhe tudo sobre:ArteCinemaEntretenimentoEstados Unidos (EUA)FilmesPaíses ricos

Mais de Casual

O único restaurante japonês a ter 2 estrelas Michelin em São Paulo volta com tudo

Quanto custa viajar para Santiago, no Chile?

Dia Mundial do Bartender celebra profissionais como os artistas da mixologia

Montblanc lança primeira coleção de couro do ano com três novas cores