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Para fazer cinema pessoal se paga 'preço alto', diz diretor

Claudio Assis explicou que para seu primeiro filme, ''Amarelo Manga'', passou sete anos ''batendo nas portas''

Claudio Assis participa do festival Cine Ceará com o filme ''Febre do Rato'' (Divulgação)

Claudio Assis participa do festival Cine Ceará com o filme ''Febre do Rato'' (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 19h31.

Fortaleza - O cineasta Claudio Assis, que disse ser incapaz de ''enganar'' no cinema, assegurou nesta sexta-feira que não acredita nos filmes feitos para receber prêmios e que para fazer filmes pessoais se paga um ''preço alto''.

Assis, diretor de filmes que interpelam o espectador e transitam em espaços incômodos da realidade, assegurou que trabalha em volta de suas próprias ideias e acrescentou que, quando mostra cenas fortes e violentas, é porque fazem parte da vida e não com o objetivo de transgredir.

''Não coloco nudez para impactar, para ser transgressor, a vida tem nudez'', disse Assis durante entrevista coletiva em Fortaleza, onde participa do festival Cine Ceará com o filme ''Febre do Rato''.

O diretor explicou que para seu primeiro filme, ''Amarelo Manga'', passou sete anos ''batendo nas portas'' e acrescentou que o tipo de cinema que faz tem um custo elevado.

''Fazer o que nós fazemos tem um preço. Pagamos um preço alto por fazermos o que queremos'', precisou.

Assis acrescentou que ''só acredita na atitude'' de um filme e expressou seu ''ódio'' em relação às produções que têm como objetivo somar prêmios e agradar.

O cineasta adiantou que seu próximo projeto cinematográfico tem uma temática ''forte'' e terá violência porque ''a vida é assim''. ''Eu não sei enganar'', disse.

Um dos atores de ''Febre do Rato'', Matheus Nachtergaele, assegurou que ''dentro de um cinema marginal'' eles conseguiram ''um projeto vitorioso''.

O título do filme é uma expressão popular de Pernambuco, terra de Assis, que reflete um estado de vida descontrolado e é também o nome do tabloide publicado por Zizo, o poeta anarquista que protagoniza o filme, interpretado por Irandhir Santos.

Rodada em preto e branco em 35 milímetros, a história se constrói ao redor de uma bela e cuidadíssima imagem vestida de poesia no universo libertário e marginal de seus personagens.

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