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Para driblar a ociosidade, fábricas focam na produção de novos gins

Para driblar ociosidade de suas fábricas e aumentar o faturamento, destilarias de cachaça e produtores de vinho e cerveja inundam o mercado com novos gins

Cervejaria Backer (Gustavo Andrade/Divulgação)

Cervejaria Backer (Gustavo Andrade/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 3 de julho de 2019 às 18h32.

A essa altura do campeonato, apontar o sucesso do gim equivale a revelar a importância de beber com moderação. Não é segredo para ninguém. Em 2017, segundo a consultoria Euromonitor International, o consumo do gim aumentou 66% por aqui e a previsão de crescimento é de 17% ao ano até 2022 (os resultados do ano passado não foram divulgados). É por isso que tantas marcas estrangeiras passaram a ser importadas, a exemplo das renomadas Martin Miller's Gin, Plymouth e Monkey 47, as últimas a desembarcar, e tantas nacionais agora são vistas nas prateleiras dos bares.

Virga, Draco, Arapuru e Amázzoni são alguns dos representantes do segundo grupo, que não para de crescer. Parte dos novos lançamentos se deve à vontade de várias destilarias de cachaça de abocanhar uma fatia do promissor mercado de gim. Outro interesse é melhorar a produtividade de suas fábricas, ociosas em alguns períodos do ano. Até produtores de vinho e cerveja mergulharam nessa onda.

A cervejaria Backer, por exemplo. Fundada em Minas Gerais em 1998, a marca pôs no mercado no ano passado um gim com adição de flor de lúpulo, o Lebbos. A bebida leva o sobrenome da fundadora, Paula Lebbos, que atua como diretora de marketing da companhia. Ela tomou a decisão de não ficar restrita ao mundo cervejeiro há uma década, depois de uma viagem à destilaria da Jack Daniel's, no estado americano do Tennessee.

“Decidimos que tínhamos tudo para ampliar nosso portfólio e aumentar a produtividade”, afirma a fundadora, que não parou no gim. Também em 2018, a Backer lançou o 3 Lobos Experience, um uísque feito com malte, destilado em alambique de cobre e maturado por até sete anos em barricas de carvalho americano usadas anteriormente para acondicionar bourbon. Para 2020 está previsto mais um uísque, um single malt turfado, marcado pelo teor defumado.

Uísque da Backer

Uísque da Backer (Daniel Mansur)

Sediada no município de Serra Negra, no interior de São Paulo, a Hof Microdestilaria surgiu em 2004. No início vendia queijos de cabra e depois começou a investir numa série de licores. Instalado um alambique, a empresa passou a ser mais conhecida pelas cachaças - envelhecida em barril de carvalho americano, a Alma da Serra foi premiada em 2014 com a medalha de ouro da categoria no prestigioso Concours Mondial de Bruxelles.

O sucesso recente dos gins motivou a Hof a despejar duas variedades no mercado. Um deles é o Minna Marie, envelhecido em barril de carvalho americano e marcado por 15 botânicos. O outro, batizado com o mesmo nome, é feito com 13 botânicos e tem aparência cristalina - é o mais indicado para coquetéis. A companhia criou ainda uma versão engarrafada do rabo de galo e desenvolve três variedades de vermute, além de um uísque e um rum.

Gin da Hof

Gin da Hof (Divulgação)

O gim Digníssimo, outro de 2018, é elaborado com álcool de cana e marcado pela presença de raízes de angélica, flores de cássia e sementes de coentro. É um produto da tradicional vinícola gaúcha Salton, em cujo portfólio também constam as vodcas Vorus e Aragon, o conhaque Presidente e dois coquetéis prontos, o Digníssimo com Mel e o Digníssimo com Canela. Nas fábricas da Salton, trabalho é o que não falta.

Gin da Salton

Gin da Salton (Divulgação)

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