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Panela mágica deixa frango tão macio que dá para cortá-lo com batata chips

Invenção japonesa de duas engenheiras da Panasonic é projetada para ajudar pessoas que têm dificuldades para mastigar alimentos sólidos

Uma batata frita é usada para cortar um pedaço de frango frito cozido na DeliSofter. (Reprodução/Bloomberg)

Uma batata frita é usada para cortar um pedaço de frango frito cozido na DeliSofter. (Reprodução/Bloomberg)

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Publicado em 27 de novembro de 2021 às 08h48.

Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 16h16.

A panela DeliSofter de US$ 410 se parece muito com as panelas elétricas de arroz populares nos lares japoneses e que preparam o alimento em 24 minutos. Mas esta invenção de duas engenheiras da Panasonic é projetada para ajudar pessoas que têm dificuldades para engolir.

A empresa Gifmo foi criada para vender panela a vapor que pode tornar o frango frito macio o suficiente para ser fatiado com uma batata frita. A máquina corta os alimentos com uma série de lâminas e submete-os a uma pressão extremamente alta a uma temperatura de 120º Celsius, tornando-os mais fáceis de digerir sem sacrificar a forma ou textura original, disse a Gifmo, que promete restaurar um senso de normalidade à vida e à dieta dos idosos, permitindo que amassem alimentos apenas com a língua.

O Japão tem a maior proporção de pessoas com mais de 65 anos no mundo. A Panasonic desmembrou a Gifmo em 2019 para atender a esse mercado em crescimento, visando um segmento de alimentos estimado em mais de 200 bilhões de ienes (US$ 1,7 bilhão) somente no Japão até 2025.

A DeliSofter tem dificuldades com alimentos ricos em fibras e pratos como polvo ou cogumelos, mas foi inspirado pela experiência de Megumi Ogawa, uma veterana de 32 anos da Panasonic, ao cuidar de seu pai em seus últimos anos de vida. Ele se queixava de ser privado de seus pratos preferidos, já que as opções se limitavam a preparações líquidas devido à sua condição.

“Tive de dedicar horas ao preparo de pratos especiais ou gastar US$ 880 por mês para comprá-los apenas para meu pai”, disse Ogawa.

Ogawa se juntou à colega Tokie Mizuno, que ingressou na Panasonic em 1983, e começou a trabalhar no que se tornaria a DeliSofter. Nenhuma das duas havia trabalhado no planejamento de produtos antes.

A dupla estreou publicamente na conferência SXSW dos Estados Unidos em 2017, mas depois a Panasonic reconsiderou e tentou impedi-las. A empresa achava que o aparelho tinha risco de pouca demanda e uma produção em massa difícil, pedindo a Ogawa e Mizuno que retornassem às suas funções de controle de qualidade.

“Muitos que nos encorajaram se afastaram e ordenaram que parássemos de trabalhar no projeto”, disse Ogawa. “Eu perguntei por quê, mas eles apenas nos disseram que essa é a vida de um funcionário de uma grande empresa.”

Não querendo desistir da ideia, Ogawa e Mizuno a transformaram em um projeto voluntário, ao lado do colega Masaru Morizane, que agora atua como CEO da Gifmo. Antes da Panasonic, ele teve passagens pela Corning e Sony, onde era responsável pela produção em massa do console de jogos PlayStation 3.

Os criadores recorreram ao BeeEdge, plataforma de financiamento de startups liderada pela Scrum Ventures com participação de INCJ e Panasonic, para fundar a Gifmo. O produto foi colocado à venda em julho do ano passado e mais de 1.000 unidades foram vendidas desde então. A DeliSofter agora é produzido em massa na fábrica de eletrodomésticos da Panasonic na China.

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