Cantor palestino Mohammed Assaf segura a bandeira da Palestina enquanto espera nos bastidores ser anunciado como vencedor do "Arab Idol", no norte de Beirute, no Líbano (Mohammed Azakir/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2013 às 13h49.
Gaza - Dezenas de milhares de fãs alegres apareceram nesta terça-feira para receber o "Arab Idol" Mohammed Assaf em seu retorno à Faixa de Gaza, e o vencedor da competição de música pediu harmonia entre os palestinos divididos.
O jovem de 22 anos, de raízes humildes em um campo de refugiados de Gaza, obteve milhões de votos de telespectadores com suas canções folclóricas e hinos patrióticos palestinos.
A polícia do movimento islamista Hamas, que controla Gaza, mal conseguiu conter a multidão que aguardava Assaf em frente ao portão do cruzamento de Rafah, na fronteira do território com o Egito.
O carro dele passou por um mar de palestinos entusiasmados, alguns pendurados em postes de eletricidade e nos telhados para uma visão melhor da jovem estrela, que ganhou a popular competição pan-árabe em Beirute no sábado.
"Obrigado a todos, sem vocês eu nunca teria vencido", disse Assad em uma coletiva de imprensa depois de sua chegada.
Ele voltou ao enclave palestino onde as rixas políticas são profundas. O Hamas, que venceu uma eleição parlamentar em 2006, tomou o controle de Gaza das forças leais ao partido Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente, em 2007.
"Peço o fim da divisão e continuarei pedindo por unidade em todos os discursos que fizer", disse Assaf.
Assinalando seu apoio tácito ao cantor, o Hamas - que franze a testa para músicas não islâmicas e para os shows de talento na TV ao estilo ocidental - enviou autoridades do Ministério da Cultura, sediado em Gaza, para o cruzamento na fronteira para recebê-lo.
Autoridades do Fatah também estavam ali, e muitos na multidão agitavam as bandeiras amarelas do movimento.
Depois de sua vitória, Assaf foi nomeado pela Organização das Nações Unidas o primeiro jovem embaixador nos campos de refugiados palestinos nos territórios e nos países vizinhos. Ele deve fazer uma visita à Cisjordânia, onde se apresentará.
"Nós ganhamos esperança", disse Abu Khalil, um morador de Gaza de 65 anos. "Espero que os líderes políticos possam aprender algo com Assaf - que o amor une os povos, não o ódio".