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Oscar pode recompensar ousadia imaginativa de "Birdman"

Favorito ao Oscar de melhor filme, Birdman satiriza o meio artístico e leva a plateia por um túnel cinematográfico


	Cena de "Birdman": desde a primeira cena, fica claro que “Birdman” não é um filme convencional
 (Divulgação)

Cena de "Birdman": desde a primeira cena, fica claro que “Birdman” não é um filme convencional (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 14h50.

Los Angeles - Desde a primeira cena, que mostra o ator Michael Keaton levitando só de cuecas, fica claro que “Birdman” não é um filme convencional.

Favorito ao Oscar de melhor filme, o longa do diretor Alejandro G. Iñárritu satiriza o meio artístico e leva a plateia por um túnel cinematográfico – e não só por transcorrer nos meandros de um teatro da Broadway.

Ao embarcar em “Birdman”, o cineasta mexicano sentiu que a narrativa do cinema estava “um pouco travada” e quis fazer algo novo por crer que o público merecia.

A indústria do cinema, diz Iñárritu, tende a fazer filmes cômodos e fáceis para os espectadores entenderem, “sem convidá-los a explorar maneiras diferentes de acreditar no cinema ou nas histórias e nas possibilidades infinitas que o cinema oferece”.

A exploração de “Birdman” inclui o lado técnico – filmar no que parece ser uma única tomada, feito do diretor de fotografia Emmanuel Lubezki, já premiado com um Oscar. A câmera abre caminho através de camarins, saguões, ao redor do palco enquanto os atores ensaiam, pelo parapeito do prédio e pelas ruas da Broadway.

Também é um filme emotivo. Interpretado por Keaton, Riggan Thomson, um ator decadente que tenta um recomeço com uma peça de teatro cerebral, luta com a voz de seu personagem de filme mais famoso, o super-herói Birdman, que o cobre de críticas.

O diretor de “Amores Brutos” e “Babel” não entrega sua primeira comédia em um embrulho bonito, deixando o destino de Riggan e o final do filme abertos a interpretações.

“Não é fácil romper com as regras e não é fácil encontrar coragem para financiar e arriscar dinheiro nisso”, disse Iñárritu, falando por telefone da gelada Calgary, no Canadá, onde filma o drama “The Revenant”.

“Mas acho que vale a pena, porque é assim que podemos desbravar fronteiras e levar adiante as possibilidades desse formato”, acrescentou.

“Birdman” foi uma ideia tão extravagante que o falecido diretor Mike Nichols disse a Iñárritu que ele rumava para um desastre e devia frear o projeto.

Agora a produção concorre a nove Oscar, entre eles de melhor filme, melhor ator para Keaton, ator coadjuvante para Edward Norton, atriz coadjuvante para Emma Stone e fotografia para Lubezki.

Em uma demonstração reveladora do apoio de Hollywood, o Sindicato de Produtores dos Estados Unidos (PGA, na sigla em inglês) concedeu seu principal prêmio a “Birdman” – nos últimos sete anos, o vencedor do PGA levou o Oscar de melhor filme.

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