Karla Sofía Gascón: no centro da trama e das controvérsias (Paris Filmes/Divulgação)
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 09h50.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2025 às 09h56.
CINEMA
Treze indicações ao Oscar, conquista do prêmio de Melhor Atriz em Cannes, primeiro filme a ter uma mulher trans vencedora. Emilia Pérez poderia ter uma carta de apresentação muito mais atraente se não fossem as inúmeras polêmicas que o cercam — boa parte delas centrada na protagonista do longa, Karla Sofía Gascón (confira reportagem na abaixo).
Principal adversário do Brasil no Oscar, o musical leva direção e roteiro do francês Jacques Audiard. Conta a história fictícia do surgimento de Emilia Pérez (Karla Sofía Gascón), que antes era Manitas, homem e chefe de uma das maiores facções do México. A personagem é apresentada ao público por Rita (Zoe Saldaña), uma advogada que se dispõe a ajudar Manitas a mudar de gênero — um sonho antigo — e a abandonar a antiga vida.
A narrativa de Audiard é bonita. Vem acompanhada de uma bela fotografia, com cores vibrantes, até tem um final comovente. Mas a maré de controvérsias complica a experiência para o público. Ainda que a trama se passe no México e a principal língua falada seja o espanhol, nenhuma cena foi gravada no país latino. A produção é inteiramente francesa.
“O livro no qual me baseei é do narcotráfico mexicano. Mas há também um motivo sentimental. Quando estava com 23 ou 24 anos, eu tinha um amigo de infância que morava em Xalapa, no México”, contou Jacques Audiard à EXAME Casual, durante passagem no Brasil para promoção do filme. “Fui vê-lo em três férias e viajei muito pelo país, para o norte, sul, leste, de carro, de ônibus. É um país que adoro, apesar da violência.”
Ainda assim, a produção não tem agradado aos mexicanos. De acordo com críticas de três dos principais jornais do México, a representação feita do país seria “inverossímil” e “coberta de estereótipos”. Atrelada ao retrato avesso do país está a tratativa da transição de gênero, temática central de Emilia Pérez e outro ponto sensível que vem sendo questionado por pessoas trans.
Em uma das muitas entrevistas que Gascón concedeu a jornalistas brasileiros, a atriz acusou a equipe da produção de Walter Salles de falar mal do filme francês. À EXAME Casual, Gascón ressaltou o respeito que tem por Fernanda Torres e por Ainda Estou Aqui. “Fernanda é uma mulher maravilhosa. Nossa rivalidade não é real, é uma construção de certos setores. Eu sempre digo que essas postagens polvorosas nas redes falam mais sobre eles do que sobre as obras”, comentou. “Fernanda Torres não é nem melhor nem pior atriz que eu, embora eu pense que ela é, sim, melhor que eu. Eu a adoro. Espero que ganhe todos os prêmios que puder, e o longa também, desde que seja com respeito para com os outros.”
Jacques Audiard foi mais incisivo. “Eu sei que a obra de Salles é absolutamente maravilhosa, que a atriz é notável. Mas tenho a impressão de que as minhas atrizes também são maravilhosas. Nós fizemos um bom filme.”
Por Luiza Vilela
SÉRIE
The White Lotus | A partir de 16 de fevereiro no Max (Max/Divulgação)
Havaí, Sicília e, agora, Tailândia. Na terceira temporada de The White Lotus, o resort que batiza a série estará na Ásia com um novo elenco.
Para Mike White, criador da produção, Jennifer Coolidge (Tanya) é insubstituível como atriz, mas ele espera que novas performances também se tornem icônicas.
O elenco contará com personagens de outras temporadas, como Natasha Rothwell (Belinda), a gerente do spa confidente de Tanya na temporada havaiana. Também participam Aimee Lou Wood e Lisa, integrante do grupo de K-pop Blackpink.
Por Julia Storch
EXPOSIÇÃO
Ney Matogrosso | Museu da Imagem e do Som (MIS) | Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | A partir de 21 de fevereiro (Mauricio Santana/Getty Images)
Em comemoração aos 50 anos de carreira, Ney Matogrosso ganhará uma mostra no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. A exposição será dividida em seis áreas e apresentará figurinos, adereços de performances, clipes, documentos, capas de álbuns, pôsteres e CDs. Além disso, elementos cenográficos do filme Homem com H, com previsão de estreia em maio, serão expostos no museu.
Por Julia Storch
CINEMA
Estatueta do Oscar: chance brasileira depois de 25 anos (Andrew H. Walker/Getty Images)
Março chega já na primeira semana, no domingo de Carnaval, com a cerimônia mais importante dos últimos 25 anos para o Brasil. Ainda Estou Aqui compete ao Oscar em três categorias: Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme, surpresa da premiação e indicação inédita na história do cinema nacional.
O caminho até lá, no entanto, é incerto. Em todas as categorias, o Brasil compete com Emilia Pérez, que fez história como o filme estrangeiro com maior número de indicações, 13 no total. E as falas polêmicas sobre a equipe de Ainda Estou Aqui feitas pela protagonista do musical, a espanhola Karla Sofía Gascón, podem afetar a campanha dos dois filmes.
Para Melhor Atriz, a briga está entre Fernanda, Gascón e Demi Moore — esta tida como favorita. Ainda que A Substância seja classificado como terror, gênero avesso à Academia, a carreira da atriz, com sua história de superação na vida pessoal e a interpretação que fez de Elisabeth Sparkle podem render a ela sua primeira estatueta do Oscar. O histórico da premiação também corrobora a possibilidade: em 97 edições, somente duas atrizes internacionais levaram o prêmio.
Já para Melhor Filme Internacional, Ainda Estou Aqui aparece como favorito lado a lado com Emilia Pérez. A boa campanha do filme brasileiro nos Estados Unidos, com mais de 2 milhões de dólares de arrecadação na bilheteria local, pode contemplar o Brasil pela primeira vez na história da premiação. E as críticas que Emilia Pérez tem recebido dos mexicanos aproximam o longa nacional da tão sonhada estatueta.
O maior enigma do Oscar em 2025 é saber quem leva como Melhor Filme. Diante de apostas já vencedoras em outras premiações do cinema, como O Brutalista, Anora e A Substância, o Brasil aparece distante dos favoritos. Mas essa é uma categoria que costuma guardar surpresas. E, nos últimos anos, produções internacionais saíram do teatro Dolby com o prêmio em mãos.
Por Luiza Vilela
Fundada em 1961 por Alfredo Carrai, a La Via del Tè trouxe a cultura do chá para a Itália. As viagens de Carrai em busca de colheitas raras marcaram o início da marca, que hoje segue como um negócio familiar. Unindo tradição e inovação, importa os melhores chás e cria blends exclusivos, mantendo viva a arte artesanal florentina.
Criada em 1854, a Mariage Frères é referência na arte francesa do chá, abastecendo hotéis e casas de chá ao redor do mundo. O salão de chá da marca foi pioneiro ao introduzir o conceito de brunch em Paris, tornando-se um ponto de encontro disputado por nomes da moda. Seu catálogo inclui mais de 1.000 chás, que combinam composições exclusivas com grands crus raros, sempre priorizando qualidade e sustentabilidade.
A TWG Tea, marca de luxo fundada em Singapura, é referência global no universo do chá. Com mais de 1.000 variedades, busca as melhores colheitas diretamente das plantações. Suas butiques e salas de chá oferecem blends exclusivos e pâtisseries, inovando a cada estação em parceria com as mais renomadas fazendas.
Por Carolina Gehlen