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Oscar de "Argo" é vitória pela metade de Ben Affleck

O filme vencedor do prêmio foi inicialmente esnobado pela Academia, que o deixou de fora das indicações a melhor diretor e melhor ator


	Ben Affleck (C), George Clooney (R) e Grant Heslov celebram a conquista do Oscar: o filme é um vencedor pouco comum na história dos Oscar 
 (Joe Klamar/AFP)

Ben Affleck (C), George Clooney (R) e Grant Heslov celebram a conquista do Oscar: o filme é um vencedor pouco comum na história dos Oscar  (Joe Klamar/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 12h54.

Hollywood - O Oscar conquistado pelo americano Ben Affleck, cujo filme "Argo" triunfou na noite deste domingo como melhor filme, recompensou a produção de um filme inicialmente esnobado pela Academia, que o deixou de fora das indicações a melhor diretor e melhor ator.

"Argo", thriller sobre a crise dos reféns americanos no Irã, é dirigido e protagonizado por Affleck. O filme é um vencedor pouco comum na história dos Oscar, ao ganhar a estatueta de melhor filme sem que o ator principal nem o diretor fossem indicados.

Também é a primeira vez, desde "Conduzindo Miss Daisy", em 1990, que um cineasta ganha na categoria melhor filme sem ter concorrido ao prêmio da direção.

O anfitrião da festa, o ácido Seth MacFarlane, não se privou de brincar com Affleck sobre o assunto. "A história por trás desse filme era tão confidencial que até mesmo o diretor era um desconhecido da Academia".

Na sala de imprensa do teatro Dolby, passagem obrigatória aos vencedores, Affleck reconheceu que, "logicamente ficou decepcionado" quando a lista de indicados foi anunciada.

"Mas quando vi os outros diretores que também ficaram de fora, Paul Thomas Anderson, Kathryn Bigelow, Tom Hooper, Quentin Tarantino...são todos diretores incríveis que admiro muito. Acontece que foi um ano muito difícil", disse.

Aos 40 anos, Affleck tem uma carreira cinematográfica inconstante.

"A princípio, era um desconhecido que fazia testes, logo me converti em um talento emergente, depois em roteirista e depois ganhei um Oscar", disse recentemente ao The New York Times.


"Logo fui visto como um ator de filmes de grande orçamento, depois como um ator com uma carreira desajustada, antes de renascer como diretor. Agora, penso que me vêem apenas como alguém que trabalha em Hollywood", confessou.

Amigo íntimo de Matt Damon, iniciou sua carreira atuando em publicidades e séries de televisão antes de trabalhar com Kevin Smith, com quem fez várias comédias.

Mas foi o filme "Gênio Indomável", de 1997 - co-escrito e co-interpretado com Matt Damon - que deu a Affleck um lugar em Hollywood. Ele foi premiado com o Oscar de melhor roteiro.

O ator virou umas das figuras mais presentes na imprensa hollywoodiana por seus namoros com Gwyneth Paltrow e Jennifer López, de quem se separou em 2004, em meio aos holofotes.

Depois de um período de reclusão e em companhia da esposa, a atriz Jennifer Garner, o cineasta renasceu ao dirigir os filmes "Medo da Verdade" (2007), "Atração Perigosa" (2010) e fnalmente "Argo" (2012).

Pai de três filhos, Affleck cultiva uma imagem de "homem do bem" e parece querer concentrar-se mais na direção, especialmente por nunca ter recebido nenhum prêmio importante como ator.

No palco do Oscar, neste domingo, parecia em paz consigo mesmo.

"Nunca teria pensado que estaria aqui de novo", disse. "Muitas pessoas me deram a mão em momentos em que não poderia dar-lhes nada em troca [...]. Quero agradecer a todos e dizer-lhes que me ensinaram que devemos trabalhar o mais duro possível e não guardar mágoas", acrescentou.

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