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Os segredos por trás do investimento de R$ 13 bi da Volkswagen nas fábricas em SP

Valor faz parte de um ciclo de aportes da montadora alemã no Brasil até 2028, com o lançamento de 16 novos modelos

Fábrica de São Bernardo do Campo.  (Volkswagen/Divulgação)

Fábrica de São Bernardo do Campo. (Volkswagen/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 12h31.

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A Volkswagen anunciou, nesta sexta-feira, 23, um investimento total de R$ 13 bilhões nas três fábricas localizadas no estado de São Paulo (Taubaté, São Bernardo do Campo e São Carlos). Outros R$ 3 bilhões também serão aplicados na planta de São José dos Pinhais, no Paraná. Tudo isso faz parte de um ciclo de aportes da montadora alemã no Brasil até 2028, com o lançamento de 16 novos modelos, entre fabricados localmente e importados.

O valor robusto chama bastante a atenção, mas há vários segredos — alguns mais revelados, outros nem tanto — por trás dessa história, especialmente no que se refere aos novos modelos que serão lançados no Brasil. Um dos segredos mais bem guardados envolve o desenvolvimento de um SUV mais compacto e barato que o novo T-Cross, em um segmento que caiu no gosto do brasileiro.

A Volkswagen confirma que um novo carro será desenvolvido na planta de Taubaté e garante que será um automóvel "inédito, 100% desenvolvido no Brasil". A montadora também mencionou que vai lançar híbridos, além de novidades em modelos 100% elétricos e flex.

Incluindo esse modelo inédito, pelo menos outros dois novos carros devem ser produzidos no Brasil, incluindo uma picape para concorrer com a Fiat Toro e a Chevrolet Montana, que será montada na planta do Paraná, onde o T-Cross é produzido. Na planta de São Bernardo do Campo, será produzido o Novo Virtus, a partir de 2025.

A Volkswagen também lançará uma nova plataforma tecnológica, flexível e sustentável, chamada de projeto MQB Hybrid.

Engenharia brasileira

A Volkswagen do Brasil foi a primeira a estabelecer, em 1965, um centro de desenvolvimento de veículos, abrangendo desde o design até o início da produção, fora da matriz na Alemanha. A montadora mantém o Centro de Design e Engenharia na fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, que também receberá parte do valor investido.

A área conta com quase 1.000 profissionais que atuam nas fábricas de Anchieta, Taubaté e Pacheco (Argentina). Neste ano, mais de 100 engenheiros e engenheiras foram contratados para fortalecer o time de Inovação e Tecnologia.

O centro foi responsável pelo desenvolvimento de alguns dos sucessos da marca no Brasil, como o Gol GTI, em 1988, o primeiro modelo brasileiro com injeção eletrônica, e o Fox, lançado em 2003, modelo 100% desenvolvido no Brasil.

Mudança no T-Cross

Em maio deste ano, a montadora alemã apresentou o novo T-Cross, o SUV compacto mais vendido do país. O modelo é um produto global, mas recebe adaptações de acordo com a região. Há cinco anos no mercado brasileiro, o T-Cross conquistou os consumidores, com mais de 320 mil unidades vendidas desde seu lançamento.

José Carlos Pavone, head de design Américas da Volkswagen, explica que as montadoras faziam evoluções nos carros a cada dois anos, em média. Nos últimos anos, as mudanças cada vez mais rápidas do mundo, não só no setor automotivo, pressionaram a demanda por novidades. "Depois de seis meses que lançamos um carro, já pensamos no facelift (mudanças de design)", conta.

O novo T-Cross ganhou um ar mais tecnológico e moderno. "É complicado mexer em uma receita que está ganhando. O carro tem um design mais evolutivo e não totalmente novo", explica Pavone.

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