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Daniela Barbosa
Publicado em 5 de agosto de 2018 às 08h55.
Última atualização em 5 de agosto de 2018 às 08h55.
Na tentativa de enfrentar linhas de luxo menores e conquistar os integrantes do 1% mais rico, diversas empresas de cruzeiros tradicionais estão investindo em enclaves de suítes dentro de cruzeiros, criando uma experiência semiprivativa para os passageiros premium com um navio exclusivo dentro do navio.
Atualmente, essas áreas VIPs constituem uma pequena proporção do número total de cabines. Na MSC Cruises, o Yacht Club representa apenas 3 por cento da oferta total da marca. Na Princess, as Club Class Suites e as chamadas Mini-Suites representam 4 por cento de todas as cabines. E na Celebrity, as acomodações da Suite Class somam 7 por cento na frota atual.
Mas esse número está aumentando de forma constante, graças à forte (e crescente) demanda e a melhores margens. Apenas neste mês, a Celebrity anunciou um investimento de US$ 500 milhões em quatro anos que abrange, entre outras coisas, a expansão e a renovação das cabines Suite Class e dos espaços comuns. E até mesmo marcas do mercado de massas, como Norwegian e Carnival, estão aderindo a essa tendência, com áreas exclusivas que podem atrair passageiros de concorrentes mais caros - ou até mesmo de navios de pequeno porte.
Tradicionalmente, o caminho para fazer um cruzeiro sem multidões era contratar uma empresa de navios de luxo e de pequeno porte, como a Silversea ou a Ponant. Nessas viagens, você possivelmente estaria cercado por apenas 200 outros passageiros e, por isso, haveria menos empurrões na beira da piscina. Por outro lado, talvez você só tivesse acesso a um único restaurante durante as férias inteiras.
As classes Suite oferecem uma experiência íntima – imagine decks privativos à beira da piscina e serviço de mordomo –, além de acesso preferencial a todas as ofertas de restaurantes e entretenimento oferecidas por um navio gigantesco. É como um andar exclusivo em um hotel, só que no mar.
"Estar em um pequeno cruzeiro de luxo é uma experiência diferente", explica Gianni Onorato, CEO da MSC Cruises. No Yacht Club de seus navios, diz ele, "os passageiros têm privacidade e exclusividade quando quiserem, mas podem aproveitar comodidades que os navios menores não conseguem oferecer".
Fazer a reserva na classe Suite de um cruzeiro pode custar duas ou três vezes mais do que uma cabine padrão no mesmo navio. No entanto, essas acomodações tendem a ser o produto mais popular em alto-mar. Segundo Onorato, "as cabines do Yacht Club são as primeiras a esgotar, não importa onde o navio esteja posicionado".
Brian Abel, vice-presidente sênior de operações hoteleiras da Celebrity Cruises, concorda. "Descobrimos que, em todos os casos, independentemente do itinerário, nossas reservas são feitas de cima para baixo, o que significa que as acomodações da Suite Class costumam ser reservadas com rapidez e primeiro", diz ele.
Além de mais metros quadrados, os hóspedes que reservam cabines da classe Suite recebem diversos benefícios privilegiados, como acesso a salões, piscinas, terraços e locais de refeições especiais. Serviços de mordomo, embarque e desembarque preferenciais, concierges dedicados e acesso prioritário a reservas em todo o navio são bônus adicionais. As comodidades específicas variam de acordo com a linha de cruzeiros.