Leite e derivados são os maiores causadores de alergias no Brasil (ThinkStock/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2017 às 14h41.
Última atualização em 7 de julho de 2017 às 15h07.
Ainda não se sabe ao certo por que as proteínas de alguns alimentos causam respostas alérgicas. Apesar de não termos dados oficiais sobre a incidência do problema no Brasil, vale a pena ficar de olho, já que indícios apontam que ele está em ascensão.
E pior: as manifestações do quadro, que aflige cerca de 5% das crianças e 2% dos adultos, andam mais variadas e graves. Veja abaixo quais são as comidas que mais causam reações adversas.
São os maiores causadores de alergia no Brasil - basicamente por causa das proteínas caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina.
Em geral, até os 5 anos de idade a criança passa a tolerá-los. Enquanto isso, é importante contar com acompanhamento para ajustar a dieta e não sofrer com a ausência de cálcio, vital para os ossos.
Segundo Renata Pinotti, nutricionista especializada em alergia alimentar, não adianta optar pelo leite de cabra - as proteínas são semelhantes e a chance de reação é de 92%.
Ainda de acordo com ela, é raro ver essa alergia em adultos. "Acompanhei só dois casos em 15 anos", relata.
As proteínas ovomucoide e ovoalbumina costumam ser a pedra no sapato dos alérgicos ao alimento. E não tem parte segura - é preciso excluir a clara e a gema.
"Há quem reaja apenas ao ovo cru ou levemente cozido", informa Renata Pinotti. Mas só o médico pode liberar os assados.
"Vale lembrar que o ovo está em certas vacinas, como as da febre amarela e da gripe", diz a expert. Mais um tema para debater no consultório.
SojaA alergia a essa leguminosa tende a dar as caras entre bebês e crianças. Até os 10 anos, espera--se que a reação não ocorra mais. Embora não tenhamos o hábito de consumi-la sozinha, sua proteína surge em um monte de produtos, a exemplo de temperos e congelados.
Convém esclarecer que ter alergia à soja não representa maior risco de ter o mesmo tipo de resposta imunológica a feijão, amendoim...
De acordo com a alergista Renata Cocco, aumentou significativamente a quantidade de gente alérgica às oleaginosas. "A reação pode surgir em qualquer fase da vida e é tipicamente persistente", destaca.
Um alento: existe a chance de uma pessoa com alergia à avelã não ter efeitos adversos ao comer amêndoas, por exemplo. "Só que isso deve ser muito bem avaliado", diz a médica.
O destaque é o camarão. Como ele entra em nossa vida de vez em quando, é possível que o sistema imune o encare com hostilidade, produzindo respostas alérgicas.
Normalmente, indica-se evitar outros frutos do mar, como caranguejo e lagosta. Os peixes não fazem parte do grupo, mas também podem gerar alergia. Quem reage ao salmão precisa avaliar com o médico se consegue comer atum.
Há estimativas de que o número de crianças com alergia a essa leguminosa triplicou nos Estados Unidos entre 1997 e 2008. Aqui, ela não chega a atormentar tanto assim - mas a incidência claramente vem subindo.
"Especialmente em idades mais precoces", nota Renata Cocco. O amendoim está no time dos alimentos capazes de provocar reações persistentes.
"A alergia ao trigo não é a mesma coisa que doença celíaca", adianta a nutricionista Renata Pinotti. Porém, ela ensina que as proteínas do cereal são bem similares às proteínas formadoras do glúten - essas, sim, um perigo para os celíacos.
"Então, por uma possibilidade de reatividade cruzada, recomenda-se excluir os alimentos que possuem tais substâncias." Centeio, cevada e malte estão nessa lista.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Saúde.