SP-Arte 2025: feira acontece de 2 a 6 de abril no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera (SP-Arte/Divulgação)
Colunista
Publicado em 27 de março de 2025 às 11h09.
Última atualização em 27 de março de 2025 às 15h49.
A 21ª edição da SP–Arte, principal evento de artes e design da América Latina, acontece de 2 a 6 de abril no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. Além do evento em si, a feira se tornou uma das principais plataformas do mercado, consolidando-se como essencial para artistas, curadores, galeristas, colecionadores e entusiastas do meio artístico.
A arte é um pilar fundamental nesse novo momento da Daslu, do qual sou curadora. Recentemente, realizamos um talk com a Fernanda Feitosa, fundadora da SP-Arte, para abordar as principais novidades do mercado e o que está por vir nessa edição, que reunirá mais de 200 expositores entre galerias de arte, estúdios de design, instituições culturais e editoras.
Vale ressaltar que cada artista tem seu estilo distinto, embora há características em comum que unem os seus trabalhos e, não dá para negar, que a diversidade de estilos estimula a criatividade. Saiba o que está no meu radar e vai estar em evidência na feira.
Obras que valorizam o “fazer manual” como o bordado, arte têxtil e o desenho: além de engrandecer tradições milenares e subverter seu próprio uso,é o tipo de arte que desfaz fronteiras de cunho colonial, questões de gênero e nas esferas culturais, sociais e econômicas.
Obras feitas com cerâmicas, com diferentes formas, volumes e paletas de cores: há um tempo que essa matéria-prima é colocada no centro das discussões, seja conectada a outras modalidades artísticas ou para repensar a história da humanidade com abordagens sociais, políticas, de gênero,
ecologia e preservação ambiental.
Obras de artistas não-eruditos, ou seja, autodidatas: nunca foi dado tanto espaço para artistas e designers promissores, aqueles para os quais o mercado deve direcionar seus olhos. Seja por relevância da produção, participação em residências importantes ou história de vida até chegar aos holofotes, um time enorme de novos artistas compõe os destaques desta edição da SP-Arte.
Obras com o uso de tecnologia e inteligência artificial: ambientes imersivos, videoinstalações e imagens generativas colocam o digital não apenas como um desarticulador sensorial, mas também levantam debates sobre as condições materiais e econômicas nessas novas possibilidades.
A pintura que é sempre o meio artístico mais tradicional e valorizado. Como as obras abstratas, figurativas, geométricas, realistas ou com técnicas mistas. Ao cruzar limites sobre diversas técnicas e funcionalidades, essa forma de arte é democrática ao ponto de se distanciar de referências literais e representacionais; ao mesmo tempo em que mantém intactas várias formas de trabalhar a criatividade e potencial dos artistas.
*Daniela Séve Duvivier é art advisor e curadora da Daslu. Faz curadoria de projetos especiais de arte, cursos e viagens exclusivas, dentro e fora do Brasil.