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Onde encontrar seus escritores favoritos depois da FLIP

Confira a agenda das estrelas da FLIP a partir de semana que vem e saiba onde esbarrar com os autores nacionais

O jornalista Joe Sacco, autor de Notas Sobre Gaza, estará na Livraria da Vila Madalena na próxima terça (Divulgação)

O jornalista Joe Sacco, autor de Notas Sobre Gaza, estará na Livraria da Vila Madalena na próxima terça (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2011 às 11h05.

São Paulo - “Um lugar lindo, cheio de gente interessante, onde você encontra os escritores que mais admira a cada esquina”.

Assim os frequentadores da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) costumam descrever o evento para quem permaneceu em casa enquanto a cultura circulava livremente pelas ruas de pedra da relíquia no litoral fluminense. Uma oportunidade e tanto para trocar pelo menos algumas palavras com escritores badalados. Mas não a única.

Dos quinze brasileiros que protagonizam a 9º edição da Flip, quase todos moram em São Paulo ou no Rio e podem ser encontrados facilmente em bares, restaurantes e livrarias. Além deles, nove dos 19 autores estrangeiros presentes em Paraty têm programação já definida – e ainda pouco divulgada –, que inclui debates, sessões de autógrafos, palestras e até um “happening” estrelado pela bela argentina Pola Oloixarac. Ela prometeu mostrar seus dotes de hacker na Livraria da Vila, em São Paulo.

São Paulo

Na capital paulista, a Mercearia São Pedro, na Rua Rodésia, é o mais tradicional reduto dos intelectuais. Entre goles de cerveja e porções de tremoço, escritores como Daniel Galera e Chico Mattoso disputam espaços no bar com livros de segunda mão, CDs e DVDs antigos. Nos Jardins, o Bar Balcão, na Rua Melo Alves, é outro ponto de convergência de autores e leitores. Alternando goles da caipirinha de saquê de lichia e mordidas em sanduiches de carpaccio, admiradores aproveitam a proximidade favorecida pelo único balcão – que vai fazendo curvas até tomar todo o espaço – para abordar escritores e conversar sem formalidades.

Quem se dispõe a cruzar as pontes sobre o Pinheiros e o Tietê descobre as atrações da efervescente periferia. O bar do Zé Batidão, no Capão Redondo, transforma-se toda quarta-feira, a partir das 20h, no cenário do Sarau da Cooperativa Cultural da Periferia, a Cooperifa. Idealizado pelo poeta Sérgio Vaz, o evento exibe como figuras carimbadas escritores como Ferréz e Marcelino Freire.

No circuito de teatros e bares da Praça Roosevelt, no Centro, uma fauna intelectual ainda mais variada vai do dramaturgo Mario Bortolotto, ao cartunista Lourenço Mutarelli, passando pelo ator Paulo Cesar Pereio. Entre os milhares de restaurantes de um dos polos mundiais da gastronomia, os preferidos são o Pasquale, em Pinheiros e a cantina Famiglia Mancini, na charmosíssima Rua Avanhandava.

“Intelectual não vai à praia, intelectual bebe”, ensinou ainda nos tempos do Pasquim o cartunista Jaguar. Principalmente se houver livros ao lado de garrafas e copos, confirma a paisagem humana de livrarias como a Alfarabi e a Berigela (com “g”). Como a Folha Seca, frequentada até pelo abstêmio Rui Castro, espalham mesinhas na calçada quando anoitece e recriam uma espécie de “boulevard”. Coerentemente, o Bar Academia, ao lado da Academia Brasileira de Letras, é o predileto dos imortais.

João Ubaldo Ribeiro é visto regularmente no restaurante da livraria Argumento, no Leblon. E os bares do Baixo Gávea são os preferidos do poeta Chacal.

Confira a agenda dos autores estrangeiros na semana que sucede a Flip:

Pola Oloixarac

Considerada pela crítica um dos grandes nomes da literatura contemporânea em língua espanhola, a argentina é autora de “As teorias selvagens” (Benvirá, 2001). Sua beleza a credencia desde já como musa da FLIP.

Quarta-feira, 13 de julho, às 19h: Protagoniza um “happening” na Livraria da Vila da Vila Madalena, em São Paulo, onde mostrará seus dotes como hacker. Pretende invadir algum site aleatório e substituir a página por um poema ou um texto por alguns minutos. A façanha será seguida de bate-papo com o público e sessão de autógrafos.


James Ellroy

Mestre do gênero noir, o autor situa seus romances policiais nos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1960. Para não se “contaminar” com o espírito da modernidade, vive recluso em casa, sem televisão, celular, internet ou pessoas. No Brasil, lança "Sangue errante" (Record, 2011), considerado por muitos críticos a sua obra-prima.

Segunda-feira, 11 de julho, às 19h30: Participa de um debate mediado por Rodrigo Villela na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Em seguida, concede uma sessão de autógrafos.

Laura Restrepo

A escritora colombiana também é jornalista e ativista política. Na FLIP, lança o livro "Heróis demais" (Cia. Das Letras, 2011), ambientada durante a ditadura militar argentina.

Segunda-feira, dia 11 de julho, às 19h: Participa de um encontro com leitores e promove uma sessão de autógrafos depois do bate-papo na Livraria da Vila da Alameda Lorena, em São Paulo.

Joe Sacco

O desenhista e escritor é famoso por suas longas reportagens em zonas de conflito no formato de quadrinhos, que revolucionaram o gênero das “grandes reportagens literárias”.

Segunda-feira, 11 de julho, às 20h: O escritor participa de uma sabatina no jornal Folha de S. Paulo. Em seguida, haverá uma sessão de autógrafos. Aberto somente para assinantes da Folha e do UOL.

Terça-feira, 12 de julho, às 12h: Participa de bate-papo e sessão de autógrafos na Livraria da Vila da Vila Madalena, em São Paulo.

Claude Lanzmann

O escritor e cineasta francês ficou mundialmente famoso pelo documentário "Shoah" (1985), que exibe nove horas de entrevistas com sobreviventes e guardas de campos de concentração nazistas.

Terça-feira, 12 de julho, às 20h30: Exibição de trechos do documentário Shoah, seguido por um bate-papo com o escritor no Centro de Cultura Judaica, em São Paulo.

valter hugo mãe

Escritor, jornalista, artista plástico e músico angolano, mãe já foi definido por José Saramago como “um tsunami” literário.

Segunda-feira, 11 de julho, às 19h30: Participa de palestra junto com o ilustrador e cartunista Lourenço Mutarelli sobre o livro A máquina de fazer espanhóis (Cosac Naify, 2011), no Cine Livraria Cultura, em São Paulo.

Quarta-feira, 13 de julho, às 19h: Repete o evento na Livraria Travessa do Leblon, no Rio de Janeiro.

Péter Esterházy

O matemático húngaro é considerado por muitos críticos um dos principais nomes da literatura europeia contemporânea. Tem mais de 30 livros publicados e ganhou 20 prêmios. No Brasil, lança sua segunda obra, "Os verbos auxiliares do coração" (Cosac Naify, 2011).

Terça-feira, 12 de julho, às 19h30: Participa de uma palestra sobre sua obra, seguida de bate-papo com o público na Livraria da Vila da Alameda Lorena, em São Paulo.

Emmanuel Carrère

O escritor, roteirista e diretor de cinema francês é conhecido por compor suas obras de ficção a partir de fatos e episódios reais, embaralhando a fronteira entre ficção e realidade. No Brasil, lança "O Bigode / A Colônia de Férias" (Alfaguara, 2011).

Segunda-feira, 11 de julho, às 19h: Exibição do filme "O Bigode" (2004), dirigido pelo escritor, seguido por um bate-papo com o público no Cinemaison, no Rio de Janeiro.

Héctor Abad

O primeiro livro deste premiado escritor colombiano publicado no Brasil, "A ausência que seremos" (Cia. das Letras, 2011), conta a história de seu pai, médico sanitarista, defensor de causas sociais e dos direitos humanos, executado pelos esquadrões da morte que multiplicaram-se pela Colômbia na década de 1980.

Terça-feira, 12 de julho, às 19h30: Participa de um encontro com leitores na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro.

Quinta-feira, 14 de julho, às 19h30: Participa de um debate com o jornalista Daniel Benevides, na Livraria da Vila da Alameda Lorena, em São Paulo.

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