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Obras de Andy Warhol são achadas em disquetes após 30 anos

A lata de sopa Campbell ou o rosto de Marilyn Monroe ganharam nova forma em obras que o artista criou há quase 30 anos, escondidas em antigos disquetes

andy (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 06h36.

A lata de sopa Campbell ou o rosto de Marilyn Monroe, que inspiraram as obras mais famosas de pintor Andy Warhol, ganharam nova forma em uma dúzia de desenhos e fotografias que o artista criou há quase 30 anos em um computador e que até hoje permaneciam inéditas, escondidos em antigos disquetes.

O museu Andy Warhol, situado na cidade natal do artista, Pittsburgh (Pensilvânia, EUA), revelou nesta quinta-feira uma série de trabalhos que a maior figura do movimento de Pop Art desenhou em 1985 em um computador Commodore Amiga 1000 e que não tinham visto a luz devido à dificuldade de ler o conteúdo dos disquetes.

Durante ano passado, membros da equipe de informática da Universidade Carnegie Mellon (CMU) realizaram um complexo projeto para recuperar as imagens, armazenadas em um formato obsoleto de disquetes que faziam parte dos arquivos da Coleção Warhol desde 1994.

Entre os resultados está a imagem de uma Vênus com três olhos, uma lata de Campbell traçada com o programa do computador e um retrato de Debbie Harry, a vocalista do grupo musical Blondie, este último já conhecido tendo sido a base de uma obra publicada pelo artista.

Warhol produziu essas obras depois de assinar um contrato com Commodore International. A empresa pagou para ele mostrar a capacidade de seu computador para as artes gráficas, conforme informou o museu Andy Warhol em comunicado.

As imagens devolvem ao espectador o "amanhecer da era da informática acessível nos lares", em que Warhol e outros "exploravam as tecnologias tão onipresentes hoje", conforme explicou o arquivista chefe do Museu Andy Warhol, Matt Wrbican.

"Nas imagens, vemos um artista maduro que tinha passado 50 anos desenvolvendo uma coordenação específica entre o olho e a mão, e que de repente lida com a estranha nova sensação de ter um mouse em sua mão, a alguns centímetros da tela. Sem dúvida, tinha que resistir a tentação de tocar a tela", acrescentou.

O projeto de recuperação dos arquivos começou em 2011, quando Cory Arcangel, um fã da obra de Warhol, descobriu um vídeo no YouTube no qual o artista utilizava o computador Amiga 1000 para desenhar o retrato de Debbie Harry.

Arcangel entrou em contato com Tina Kukielski, do Carnegie Museum of Art, que, em parceria com o Museu Andy Warhol, referiu à equipe de informática da CMU, conhecido por ser especializada em recuperar arquivos armazenados em formatos antigos e que começou a examinar os disquetes em março de 2013.

O resultado faz parte do projeto "A fotografia invisível" do Carnegie Museum of Art de Pittsburgh, que pesquisa o mundo da fotografia através de imagens escondidas, inacessíveis e de difícil acesso.

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