Israel: Cristãos da Terra Santa consideram a imagem uma blasfema (David Silverman/Getty Images)
AFP
Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 21h53.
Duas obras, uma delas a representação do palhaço da cadeia de fast-food McDonald's crucificado como Cristo, desataram a indignação da comunidade cristã de Israel, que exigiu a sua retirada de uma exposição em um museu do país.
Criada pelo artista finlandês Jani Leinonen, "McJesus", uma escultura do famoso Ronald McDonald, está atualmente exposta no museu de arte de Haifa (norte), junto com uma figura do boneco Ken representando Jesus crucificado.
Estas duas obras fazem parte dos "Sacred Goods", uma amostra sobre o consumismo, inaugurada em agosto nesta cidade costeira.
Na semana passada, imagens das obras circularam pelas redes sociais e suscitaram a indignação de membros da pequena comunidade cristã local.
Na sexta-feira, durante uma concentração em frente ao museu, três policiais ficaram feridos por lançarem pedras e, nos últimos dias, jogaram coquetéis molotov contra o edifício.
Após várias reuniões com representantes da comunidade cristã, o museu decidiu instalar na entrada da exposição painéis que indicam que o conteúdo da exposição pode ofender, detalhou à AFP nesta segunda uma porta-voz do museu.
Mas os responsáveis cristãos recorreram à Justiça para conseguir a retirada das duas obras.
A exposição questiona a religião e a fé em um contexto de cultura de consumo, explicou a porta-voz do centro em uma declaração enviada à AFP nesta segunda-feira.
"McJesus", criada por um artista cristão, foi exposta "em muitos museus europeus", afirmou.
"Não estamos na Europa, estamos em Israel", reagiu Wadie Abu Nassar, porta-voz do grupo de cristãos Terra Santa, que considera a imagem blasfema.
Segundo ele, entre 130.000 e 140.000 cristãos vivem em Israel, membros da minoria árabe que representa quase 20% dos mais de oito milhões de israelenses.