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O que os torcedores pensam das hospedagens para a Copa do Mundo no Catar

Com camping de luxo e tendas criadas pela própria organização, visitantes têm desde "surpresa agradável" a "decepção"

País adaptou estrutura de hotelaria para receber torcedores durante a competição (AFP/AFP)

País adaptou estrutura de hotelaria para receber torcedores durante a competição (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 24 de novembro de 2022 às 10h08.

Muito pequenos ou muito caros, os alojamentos durante a Copa do Mundo do Catar-2022 preocupam os torcedores. Alguns declararam uma "surpresa agradável" e outros "decepção".

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Mais barato

Custa 80 euros a diária por um quarto para duas pessoas com camas e armários de ferro, um banheiro privativo e cozinha compartilhada em edifícios simples de três andares: o vilarejo de Barwa Barahat Al Janoub (30 km ao sul de Doha) é o alojamento mais barato oferecido na plataforma oficial do comitê organizador.

Os quartos estão lotados. "Na foto não parecia acolhedor, mas o mais importante foi a relação qualidade-preço", comenta o polonês Pawel Poprawka, 37 anos, que se declarou "agradavelmente surpreso" com o tamanho do seu quarto (quase 20 metros quadrados), apesar da ausência de mesa e cadeiras.

"O supermercado e os restaurantes funcionam 24 horas por dia (...) e é muito comunitário, com pessoas de diferentes países todas juntas", afirma Natalie Alvarez, 20 anos, uma americana que torce para o Equador.

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Tendas decepcionantes

"Não parece que isto vale 200 dólares por noite..." Assim como o mexicano Pedro Barajas, de 18 anos, os torcedores reunidos na vila de 1.800 tendas de Qetaifan Island (uma ilha artificial que fica 20 quilômetros ao norte de Doha) sentem um misto de decepção e irritação.

Sob as lonas de plástico branco, duas camas de solteiro, uma mesa de cabeceira, um abajur, tomadas elétricas e um ventilador. "Não há coordenação, nem televisão, nem ar condicionado, nem luz. Na verdade, não há chuveiros, são cabines de banho com mangueiras", lamenta o iraniano Hossin Khosravi, 37 anos.

Como o local tem uma 'fan zone' perto do mar, "eu esperava encontrar pessoas, música (...) mas parece mais uma cidade fantasma", lamenta Aaron Sanchez, 24 anos, com o uniforme do México.

"O que oferecemos é condizente com o que foi vendido. Caso as pessoas tenham preocupações, nós solucionamos", afirma a empresa que administra o local, Qetaifan Projects.

A vila está esgotada até domingo, durante o pico de visitas previsto ao emirado, e depois voltará a abrir para reservas.

Camping de luxo

A 'Fan Village' de Al Khor (50 km ao norte de Doha) oferece um camping muito mais luxuoso, com tendas espaçosas e climatizadas, equipadas com televisão, geladeira e banheiros privativos - sem esquecer a academia, quadras de padel, piscinas e acesso a uma praia - por 400 e até 1 mil euros a diária.

"Não é muito caro", opina o mexicano Jonathan Hernández, que buscava "conforto" com a esposa grávida.

Mas "o que é engraçado" é que já passaram três ou quatro dias desde o início do torneio e ainda não estabeleceram os preços de todos os extras.

Mohamed Al Hadjari, um saudita de 34 anos, aprecia o respeito às tradições da região: "Com a família e os amigos, nós costumamos acampar assim uma ou duas noites fora da cidade, por isso é uma boa experiência".

Entre as opções mais caras ainda disponíveis estão um quarto em um cruzeiro ou em uma vila por mais de 1 mil euros a diária.

Na casa de conhecidos

Assim como Amr Elserty, que ficará hospedado durante nove dias na casa de seu primo, muitos torcedores passam toda ou parte da estadia no Catar na casa de conhecidos.

O egípcio de 39 anos gastou "900 euros pelas passagens de avião mais baratas possíveis" a partir da França e "quase 1000 euros em ingressos para quatro partidas". "Se tivesse que pagar ainda mais por hospedagem, teria sido impossível viajar", explica.

Seu primo hospeda outro amigo e mais tarde receberá os sogros. "Gosto de ajudar meus amigos que desejam viajar e não têm como pagar por hospedagem. Três deles ficarão na minha casa, um após o outro", afirma Ahmed El Ghoul, de 33 anos, um egípcio que mora em Doha há sete anos.

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