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O que acontece com você depois de 24 horas sem dormir

Irritação e baixa imunidade são alguns dos efeitos colaterais sofridos por quem sacrifica noites inteiras de sono

Virar a noite sem dormir pode afetar bastante o organismo e as tarefas do dia (Matthijs van Heerikhuize / Stock Xchng)

Virar a noite sem dormir pode afetar bastante o organismo e as tarefas do dia (Matthijs van Heerikhuize / Stock Xchng)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 17h23.

São Paulo – Pesquisas e mais pesquisas têm mostrado que, no longo prazo, ter más noites de sono pode provocar diversos problemas, como diabetes, obesidade e até o risco de morrer prematuramente. Mas não é apenas com o passar dos anos que os efeitos aparecem.

Mesmo que uma pessoa tenha o costume de dormir bem com frequência, as poucas vezes em que é preciso virar a noite – por causa de uma festa ou do trabalho – não a deixam passar ilesa. De acordo com a médica e especialista da área Angela Beatriz Lana, o corpo humano pode ser treinado para as condições mais extremas, como é o caso de mergulhadores profissionais solitários, que conseguem dormir só 15 minutos por noite, após passarem um mês descansando mais de 15 horas por dia.

No entanto, para os pobres mortais, passar 24 horas acordado pode trazer consequências, no mínimo, incômodas, que afetam a saúde e o bem-estar. Confira cinco citadas pela médica.

Irritabilidade

Além dos bocejos e olhos lacrimejantes, passar a noite em claro provoca mau humor. Não só porque o indivíduo deseja estar na cama, mas também devido a uma alteração do organismo. “Os ciclos do sono são importantes para se recuperar para o dia seguinte, em que há uma liberação hormonal específica. Se a pessoa não dorme, o nível de cortisol, o hormônio do estresse, aumenta”, afirma Angela. Na prática, quem passa a noite acordado fica mais nervoso e irritadiço.

Comilança

O apetite de quem vira noites também muda. “Ela tem mais fome, come mais massa, carboidrato. É como se o corpo quisesse repor a energia gasta”, diz a médica. Mas Angela explica que esse problema também tem origem nos hormônios, já que a leptina, ligada à sensação de saciedade, deixa de ser secretada no momento do descanso.

Se o descanso é constantemente escasso, o estrago pode ser maior, provocando desequilíbrio do organismo e a consequente obesidade.


Baixa Imunidade

A resistência após passar muitas horas de pé varia de acordo com cada um. Enquanto há aqueles que sofrem muito pelas horas perdidas, outros quase não sentem os efeitos mais comuns como a falta de concentração e os bocejos incontroláveis. A queda na imunidade, porém, pode ser um sintoma silencioso dessa fragilidade.

“Às vezes, a pessoa acha que não tem problemas com dormir pouco e acaba sentindo em outras áreas, tem mais infecções, fica gripada”, afirma Angela. As infecções e doenças se instalam com mais facilidade nesses casos, porque, sem descanso, há uma queda nos anticorpos do organismo, que não conseguem afastar as ameaças à saúde.

Dificuldade de raciocínio

Depois de trabalhar por 24 horas ininterruptas, o cérebro começa a travar. “Algumas das consequências mais importantes são a dificuldade de planejar, de executar as tarefas, a lentidão de raciocínio e a falta de atenção”, diz a especialista. Sem a devida folga, todas as atividades do dia a dia são prejudicadas, desde o trabalho até uma discussão sobre o relacionamento.

A memória também é afetada e, por isso, os esquecimentos são bem mais prováveis nessa hora. Sem pensar direito, é possível fazer escolhas ruins, falar o que não deve e ainda render grandes dores de cabeça que poderiam ter sido evitadas por algumas horas de sono. Segundo a médica, as bebidas energéticas podem ser úteis para retardar o cansaço mental, mas o uso não deve ser abusivo. Do contrário, o organismo pode entrar em desequilíbrio.

Mais acidentes

Como consequência direta da dificuldade de raciocinar, os acidentes se tornam uma ameaça maior para quem não dorme, já que o indivíduo está mais desatento, de acordo com Angela. Além disso, segundo uma pesquisa de 2011, quem não dorme perde boa parte da capacidade de avaliar riscos, o que pode ser uma ameaça para quem lida com instrumentos ou objetos perigosos.

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