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O público gosta mais dos ídolos olímpicos do que da seleção? Por quê?

Especialistas apontam aspectos que evidenciam maior aproximação dos fãs com relação aos medalhistas olímpicos desta semana; ainda assim, veem seleção brasileira com marca 'forte'

Rayssa Leal: atleta de 13 anos se tornou o rosto do skate no Brasil.  (Julio Detefon (CBSk)/Reprodução)

Rayssa Leal: atleta de 13 anos se tornou o rosto do skate no Brasil. (Julio Detefon (CBSk)/Reprodução)

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GabrielJusto

Publicado em 27 de julho de 2021 às 18h18.

As medalhas de ouro e prata conquistadas respectivamente pelo surfista Ítalo Ferreira nesta terça-feira (27), e pela jovem skatista Rayssa Leal, a Fadinha, no dia anterior, demonstraram nas redes sociais um afeto e empatia maiores do público em detrimento à seleção brasileira de futebol masculino.

Este distanciamento da torcida com a seleção comandada pelo craque Neymar não vem de hoje, é verdade. Se em 2002, ano do pentacampeonato, o país se vestiu de patriotismo para acompanhar a conquista como uma autêntica 'família', de uns anos para cá a relação esfriou. Alguns especialistas destacam que isso tem a ver com os resultados, afinal, as Copas seguintes ao penta não tiveram um desempenho condizente com aquilo que a camisa canarinho representa.

Marcelo Palaia, professor e especialista em marketing esportivo, qualifica as missões da Fadinha e de Ítalo como uma 'jornada de heróis'. Segundo ele, a trajetória de sofrimento desde os primeiros passos na carreira transbordam um sentimento de carinho e afago com os fãs.

"O público se apega a algo que eu chamo de jornada do herói. Você pega o caso da Rayssa e do próprio Kelvin Hoefler, que competiram e ganharam nesta Olimpíada, por exemplo. Eles começam ainda pequenos a fazer algo que gostam por lazer, pegam gosto e batalham por isso. Passam a ter algumas chances, mesmo treinando em condições precárias e com ajuda de familiares. Depois de anos, começam a se destacar, conseguem algum patrocínio, aumentam a visibilidade e, quando vão ver, estão nos Jogos ganhando medalha. É uma história de luta e superação, existe algo envolvido que vai além da vitória", analisa.

Para Bruno Maia, especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, "a falta de resultados da seleção de futebol, somado aos escândalos e a um distanciamento no aspecto de identificação entre torcida e jogadores, afeta a relação". No entanto, ele faz uma observação sobre a força da marca. "Ainda é um produto altamente nobre, que entrega performance, e quando chega Copa do Mundo, o país para e a paixão volta à tona", completa.

Não é possível dizer com propriedade quando esse distanciamento ocorreu de fato, apesar de ser bastante plausível apontar que o 7x1 deixou uma cicatriz bastante grande na relação com os torcedores, desde os mais fanáticos até aqueles que só acompanham a seleção em Copas.

"Eu ainda vejo a marca seleção brasileira extremamente forte, tanto aqui quanto em outros países. A idolatria ainda está presente e isso acontece muito pelos craques que estão lá fora brilhando e sendo protagonistas por seus clubes, casos do Neymar, Gabriel Jesus, Firmino, Vini Jr., Allison, entre outros. Mas se formos falar de clubes, ainda acho que existe uma falsa sensação de que o futebol brasileiro é conhecido mundialmente. Conhecida é a seleção brasileira, nossa camisa amarela e nossos grandes craques", observa o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.

Para Renê Salviano, executivo com mais de 20 anos de experiência profissional em diretoria comercial, de marketing e novos negócios do esporte, e lançou neste ano a agência de marketing esportivo HeatMap, para captação de patrocínios, desenvolvimento de ativações ou atuante em áreas como gestão e direito no esporte, o carinho dos fãs, as empresas de fora enxergam o produto seleção com bastante atratividade.

"É rentável, é atrativa e será por muitos anos. Pela historia, pelos profissionais envolvidos e pela paixão do brasileiro pelo futebol. Estamos acostumados a vencer no futebol, a ter grandes talentos, isto atrai grandes marcas e claro, enorme conexão com um potencial público consumidor. Mesmo que não performe em campo, o entorno sempre será bastante valorizado", aponta.

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