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O melhor restaurante do ano é um chalé à beira-mar

O lugar mais empolgante do planeta para comer acomoda apenas 20 pessoas na Cidade do Cabo, na África do Sul

 (Wolfgat/Instagram/Divulgação)

(Wolfgat/Instagram/Divulgação)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 05h00.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 05h00.

Wolfgat acomoda apenas 20 pessoas em um pequeno chalé que fica em uma vila de pescadores a mais de duas horas de carro da Cidade do Cabo, na África do Sul.

E é o lugar mais empolgante do planeta para comer. É preciso sorte para conseguir uma mesa lá.

As reservas são feitas, no máximo, com três meses de antecedência. Mas não há mesas disponíveis.

O World Restaurant Awards concedeu na semana passada o principal prêmio - Restaurante do Ano - ao chef Kobus van der Merwe, que abriu o Wolfgat em setembro de 2016 em uma propriedade de 130 anos pertencente a seus pais. Ele viajou de Paternoster (1.971 habitantes), Cabo Ocidental, para Paris sem nem saber que tinha ganhado. Agora, ele já está tentando considerar como lidar com a repentina aclamação.

"Estou extremamente orgulhoso de minha equipe", disse ele, em entrevista. "Eles não têm experiência formal em gastronomia e agora foram reconhecidos em um palco internacional."

O que há de tão especial no Wolfgat? Bem, Van der Merwe trabalha com uma pequena equipe de habitantes locais que buscam ingredientes juntos, cozinham juntos e atendem juntos. Eles até fazem a limpeza juntos. No total, são apenas seis pessoas, e elas aprenderam o trabalho na prática.

"Não fazemos distinção entre o atendimento e a cozinha", diz ele. "Nós servimos um pequeno cardápio de degustação de frutos do mar com ervas selvagens sazonais, suculentas e algas que colhemos nos arredores da vila."

Os clientes devem informar que irão no dia anterior, e a equipe colhe ingredientes suficientes para atender a esse número de pessoas. Não há desperdício. Van der Merwe às vezes tenta atender a 24 pessoas.

O custo? São 850 rands (US$ 60), o que mal bastaria para uma entrada nos templos gastronômicos de Paris.

Van der Merwe nasceu no Cabo Setentrional e frequentou a escola de culinária em Stellenbosch, onde cresceu. Ele não queria ser chef.

"Meu primeiro amor era a música clássica ou as belas artes", diz ele. "A escola de culinária foi uma espécie de plano B, e eu não achava que era para mim, então não terminei o curso." Ele então trabalhou como crítico de música e editor web no guia de restaurantes Eat Out.

"E foi aí que percebi que errei, senti que estava no lado errado do setor", disse ele. "Wolfgat é o resultado disso: é um projeto ajustado, um pouco mais bem pensado para nós."

O prêmio foi anunciado na noite de segunda-feira no primeiro World Restaurant Awards em Paris. O painel de jurados incluiu alguns dos maiores nomes do mundo da culinária, como os chefs Elena Arzak (Arzak); Massimo Bottura (Osteria Francescana); David Chang (Momofuku); Hélène Darroze (Hélène Darroze); Daniel Humm (Eleven Madison Park); René Redzepi (Noma); e Clare Smyth (Core). Eu sou um dos vários jornalistas do painel, mas não participei da escolha do Wolfgat.

Os prêmios pertencem à IMG, a multinacional de entretenimento que está por trás de tudo, da Fashion Week à Frieze Art Fair.

A escolha do Wolfgat foi feita por um grupo menor, composto por 12 pessoas e encabeçado pelo diretor criativo da premiação, Joe Warwick.

"O Wolfgat é sustentável e fica na África, que é um continente que não recebe muita atenção por sua culinária e seus restaurantes", disse ele. "Foi o restaurante perfeito para nós."

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