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O Japão está de olho no turista brasileiro

A japonesa JTB Corp, um dos maiores conglomerados de turismo do mundo, adquire 85% da agência brasileira Quickly Travel

Tóquio, no Japão: país teve recorde de visitação em 2019 (Clive Rose - Gran Turismo/Getty Images)

Tóquio, no Japão: país teve recorde de visitação em 2019 (Clive Rose - Gran Turismo/Getty Images)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 11 de fevereiro de 2022 às 12h13.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2022 às 13h07.

O mundo aos poucos se acostuma à rotina dos aeroportos. Uma tendência observada para este ano tem até um nome (em inglês): revenge travel, algo como “vou viajar como nunca”. Trata-se de uma tendência identificada em pesquisas como a realizada pela Harris Poll, que mostrou, inclusive, que o desejo de viajar só aumentou à medida que a pandemia avançou. Mesmo se for para o outro lado do mundo.

O Japão, destino que atraiu 32 milhões de turistas em 2019, o ano anterior à pandemia, quer retomar o patamar histórico. E o Brasil deve ter um papel relevante nessa retomada. Pelo menos é a aposta da JTB Corp, do Japão, uma das maiores empresas de gestão de destinos (DMC, na sigla) do planeta.

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O conglomerado japonês acaba de ampliar sua participação na agência brasileira Quickly Travel, especializada em roteiros para o Japão, em 85%. A JTB Corp está presente no mercado brasileiro desde 2013. No ano seguinte, adquiriu 51% da Quickly Travel. Agora, fez o investimento adicional na empresa fundada no Brasil por Sérgio Masaki e Mami Fumioka, em 1998.

Segundo a empresa, a Quicly Travel apresentou taxas acima de 90% em seu volume de vendas em relação ao período pré-pandemia em 2019. Shigeyuki Suzuki, CEO da JTB Americas, afirmou que o Brasil é um terreno fértil, repleto de novas possibilidades de negócios e crescimento futuro para os interesses do grupo japonês.

“Temos observado o Brasil como a maior e mais dinâmica economia da região da América Latina, com mais de 214 milhões de habitantes, mercado consumidor em constante crescimento, com um potencial incrível ao lidar com o evento desta pandemia”, disse. “A resiliência dos brasileiros, aliada ao ambiente de negócios em tendência de recuperação, nos fez acreditar que este é o mercado certo para firmar uma forte parceria com a Quickly Travel.”

Segundo o executivo, não se trata apenas de um investimento empresarial, mas também prova da confiança na recuperação do mercado brasileiro. “Acreditamos em nossa equipe para seguir criando ‘momentos perfeitos’ para todos os nossos clientes, parceiros e comunidade no Brasil”, afirmou.

Dá para viajar ao Japão?

A JTB Corp está presente em 38 países e em 90 cidades diferentes. O momento é favorável para visitar o Japão, mas ainda há uma série de restrições. Em novembro passado, o governo japonês voltou a permitir a entrada de visitantes por até três meses para fins de negócios e trabalho, bem como temporadas de longo prazo para estudantes e estagiários técnicos estrangeiros.

Empresas e instituições, como escolas, responsáveis por estrangeiros no Japão, precisam passar antecipadamente por uma avaliação via governo ou agência relevante de modo a garantir os ingressos. Também necessário o autoisolamento por até 14 dias e o número de desembarques internacionais está limitado a 3,5 mil por dia, incluindo japoneses.

Executivos da JTB Corp

Em pé, Tosh Tatezawa, VP de Planejamento Corporativo da JTB Americas e Sérgio Masaki, CEO da Quickly Travel. Sentados, Mami Fumioka, VP da Quickly Travel e Shigeyuki Suzuki, CEO da JTB Americas (Shimono Fotografia)

Para Sérgio Masaki, CEO da Quickly Travel, a aposta de um gigante do mundo do turismo no Brasil dá ao mercado nacional uma injeção de ânimo e otimismo. “O investimento neste momento desafiador é uma prova de confiança mútua em nosso mercado e, particularmente para nós da Quickly, uma recompensa por todo trabalho que fizemos em 24 anos de nossa jornada”, afirma.

Em 2021, a Quickly Travel ganhou força ao conquistar contas fora do segmento japonês. A mudança de posicionamento permitiu a penetração em novos mercados. Atualmente, a agência conta com 322 empresas na carteira de clientes e é uma das líderes de mercado no segmento corporativo e, mais recentemente, no segmento de luxo. No último ano, a empresa gerou mais de R$ 85 milhões em vendas. A expectativa, com o relaxamento das restrições de viagem, é de crescimento — e que uma porcentagem cada vez maior dessa receita venha dos brasileiros em visita ao Japão.

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