Carro da Fórmula E: veículos passeiam pelas pistas a mais de 200 km/h (Jaguar Racing/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2018 às 14h00.
Última atualização em 15 de dezembro de 2018 às 14h01.
É lugar-comum dizer que ninguém precisa de motivo especial para estar em Nova York, a cidade que “never sleeps”, como não nos deixa esquecer o inesquecível Frank Sinatra. Mas, tendo uma boa desculpa para dar mais um pulinho até a Big Apple, melhor! Ainda mais se esse pretexto não for nada óbvio, como fazer compras e colocar a vida cultural em dia — e aqui registre-se que não tenho nada contra o consumo, muito ao contrário. Tanto que estive recentemente por lá para…. consumir, só que esporte, sendo mais preciso, uma competição que investe pesado para se tornar “o” espetáculo no gênero: a Fórmula E.
O convite para assistir à final do campeonato de Fórmula E, em julho deste ano, estava à altura da cidade-ícone. Não fosse apenas pela corrida em si, o que estaria longe de ser “apenas”, pelo que antecedeu ao evento: um voo de meia hora sobrevoando Manhattan, com direito a flanar sobre o circuito de rua Red Hook, no Brooklin, onde iria ser disputada a prova.
Trata-se de uma pista de 2,4 km, localizada na foz do Rio Hudson, com o horizonte de arranhas-céus ao fundo e a visão da Estátua da Liberdade no outro lado. Difícil manter a atenção ao volante assim, não? Para quem estava ali atraído pelo desempenho das máquinas, foi uma aperitivo e tanto sobrevoar o traçado do “autódromo” improvisado, tendo uma real dimensão dos desafios que os pilotos teriam no dia seguinte.
O meu desafio, marinheiro de primeira viagem, foi desassociar a velocidade dos roncos ensurdecedores com os quais eu me acostumei a curtir corridas de carros. Sim, a Fórmula E tem sua sonoridade, mas bem característica, que nada lembra a da Fórmula 1, para ficar em uma comparação de gente grande. Os bólidos passeiam pelas pistas a mais de 200 km/h fazendo um assovio que soava agudo, de forma constante — ao menos no alto da arquibancada em que eu estava. Sem estardalhaços, sem chacoalhar o assento, sem fazer trepidar o coração.
Bem, não sejamos tão exigentes. Se era para fazer o batimento cardíaco acelerar, eu tive meu momento de glória. Ganhei um “Hello, guy” de ninguém menos que Liv Tyler, atriz e pilota de ocasião. Essa, sim, fez tremer o New Your City E-Prix por onde passava.