Casual

O estilo Brad Pitt de se vestir

Ator é a mistura de rapaz da roça e homem urbano. Com muito estilo

Ele não dispensa os óculos escuros nem à noite. Curte acessórios como echarpes e boinas — e qualquer calça jeans lhe cai bem

Ele não dispensa os óculos escuros nem à noite. Curte acessórios como echarpes e boinas — e qualquer calça jeans lhe cai bem

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 10h50.

São Paulo - À primeira vista, Brad Pitt me pareceu ser o filho que Robert Redford e James Dean nunca tiveram. Com Redford, seu diretor em Nada é para Sempre e parceiro em Jogo de Espiões, ele ficou até mais parecido fisicamente. E não resta dúvida que teria sido um James Dean bem mais próximo do original que James Franco (o escolhido para viver Dean num telefilme rodado em 2001), embora os 39 anos que Pitt já tinha na época infelizmente o impediriam de sequer ser cogitado para encarnar um ator morto aos 24 anos.

Faça as contas: Brad Pitt já é quase um cinquentão. Mas com um corpinho de… trinta?

Ele já passara dos quarenta quando se meteu onde não devia em Queime depois de Ler, sarado do pescoço aos tornozelos, para em seguida transmudar-se num macróbio (Benjamin Button) que não parava de rejuvenescer e num glorioso bastardo com vigor de adolescente. Sua atlética jovialidade só não é mais humilhante que seu sex-appeal, volta e meia canonizado em enquetes do tipo “o homem mais atraente do mundo” e vorazmente explorado pela publicidade de roupas e acessórios masculinos.

Até se casar com Angelina Jolie, ele era sempre a parte mais vistosa do casal. Jennifer Aniston, a primeira mrs. Pitt, e a namoradinha Juliette Lewis entregaram os pontos com a devida humildade; Gwyneth Paltrow, bem menos modesta, não. Na tela, que me desculpem os fãs incondicionais de Geena Davis, Julia Ormond e Cate Blanchett, tampouco deu empate.

Certas aficionadas da imperfeição, no entanto, persistem em esnobar o ator: “Bonitinho demais”. Para estas, ele não passa de um belo rosto, pura estampa, um modelo para anúncios e capas de revista, e estamos conversados. Mas desconfio que, no fundo, todas elas topariam dividir a mesma cama com ele — sobretudo se, de quebra, pudessem acordar no dia seguinte com a cara e os contornos da atual mrs. Brad Pitt.

Se Brad não se distingue pela elegância, sua pinta de rapaz da roça (nasceu em Oklahoma e foi criado no Missouri) que virou garotão urbano configura um estilo. Com aquela aparência de irmão caçula do homem de Marlboro, qualquer jeans lhe cai bem, mas a grife japonesa Edwin lhe paga uma fortuna para que finja só vestir os que ela fabrica. O resto fica por conta do momento: uma camiseta de mangas compridas, um blazer clássico, uma echarpe colorida, mocassins ou botas. Nada que não pareça natural, descontraído. Se metido num terno de três botões, o colarinho da camisa já sai de casa desabotoado e o laço da gravata afrouxado.


Com ou sem sol, de dia ou à noite, ele não se expõe à insaciável curiosidade da multidão sem óculos escuros. Como os paparazzi não desgrudam do casal Brangelina, seus miúdos olhos azuis só costumam ser apreciados na tela ou na intimidade, esta cada vez mais escassa, justamente por causa do assédio da mídia. Não é fácil ser Brad Pitt e Angelina Jolie fora de casa.

“Eles vivem como prisioneiros”, lastimou o amigo Matt Damon, em recente entrevista à televisão alemã. Prisioneiros da fama, do sucesso conjugal (seis anos de felicidade, três filhos biológicos e três adotados) e da repercussão internacional de seu ativismo político e humanitário. Todo mundo quer saber tudo sobre o Casal 20 do século 21, cada vez mais célebre pelo afinco com que se dedica à luta contra a Aids, a pobreza em países periféricos, o genocídio em Darfur e diversos flagelos ecológicos. Brad & Angelina são mais que um casal, são uma ONG.

Se a vida de Brad se divide em antes e depois de Angelina, sua carreira como ator também pode ser demarcada por duas mulheres: Thelma e Louise. Até chamar atenção como JD, o caroneiro por quem Thelma (Geena Davis) se derrete toda durante a fuga com Louise (Susan Sarandon), Brad tivera mais visibilidade na televisão.Já aparecera em meia dúzia de filmes, quase sempre sem direito a nome nos créditos, e quando obteve seu primeiro papel de destaque, em O Príncipe das Sombras, rodado em 1988 na antiga Iugoslávia, a guerra pela independência da Croácia sustou o restante das filmagens por oito anos.

Para todos os efeitos, portanto, Brad “estreou” no cinema em Thelma e Louise — e só seis anos e nove ou dez filmes mais tarde pôde ser visto como o “príncipe das sombras”. Àquela altura, além de “hitchhiker” (com as iniciais de James Dean!), já fora, na tela, garçom, roqueiro dos tempos da brilhantina, jornalista, serial killer, drogado, aprendiz de vampiro, caubói, detetive, maluco de hospício, promotor público, |terrorista do Exército Revolucionário Irlandês. Um dia, já na fase Anjepitt, seria Aquiles e Jesse James, o
mito grego e o mítico ladrão do Velho Oeste — ao mesmo tempo em que, no mundo real, era eleito uma das “100 pessoas mais poderosas” do planeta pela revista Time.

Nada mau para quem começou a ganhar a vida como motorista de caminhão (desdouro algum: Elvis Presley e Rock Hudson também foram caminhoneiros) e recepcionista da rede de fast-food El Pollo Loco (fantasiado de frango).

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