Nicole Kidman: "É uma vitória ainda ser premiada na minha idade e, mais ainda, estar trabalhando em um momento como esse", disse (Mario Anzuoni/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 12h13.
Última atualização em 22 de janeiro de 2018 às 12h13.
São Paulo - Mais que revelar as grandes apostas para a próxima cerimônia do Oscar, a festa do "Screen Actors Guild Awards", o Sindicato dos Atores de Cinema, realizada na noite de domingo, 21, em Los Angeles (EUA), reforçou o movimento crescente na indústria cinematográfica de valorização do trabalho da mulher.
"Não é um momento - é um movimento", decretou a presente do sindicato, Gabrielle Carteris. Com isso, ela deu o tom à cerimônia.
Nenhum discurso deixou de fazer uma citação à onda de denúncias de assédio sexual, base do movimento de mídia social #MeToo e da campanha "Time's Up" para o apoio legal das vítimas. "Estamos vivendo um momento decisivo", disse Kristen Bell em seu monólogo de abertura. "Medo e raiva nunca ganham a corrida."
O coro se estendeu durante praticamente toda a cerimônia, no discurso de homens e, principalmente, mulheres. Foi o caso de Nicole Kidman que, ao subir ao palco para receber o prêmio de melhor atriz de série dramática, por "Big Little Lies", observou: "É uma vitória ainda ser premiada na minha idade e, mais ainda, estar trabalhando em um momento como esse", disse. "Trabalho há 20 anos na Organização das Nações Unidas e sei que precisamos escutar as vozes de quem não tem voz."
A coesão dominava - se a simples menção do nome de Meryl Streep, uma das vozes mais atuantes, provocou aplausos da plateia que ficou em pé mesmo ela não estando presente, Rosana Arquette elencou os nomes de algumas atrizes que primeiro denunciaram os assediadores.
E, se vingar a tradição de o SAG apontar os favoritos do próximo Oscar - afinal, são os atores que votam nas suas categorias -, o melhor ator coadjuvante deverá ser Sam Rockwell, por "Três Anúncios Para Um Crime", e a melhor atriz coadjuvante será Allison Janney, por "Eu, Tonya".
Entre os artistas principais, Gary Oldman confirmou seu favoritismo ao ser eleito melhor ator por sua perfeita reprodução de Winston Churchill, em O "Destino de Uma Nação". "Nossa vida é feita de trocas. E, o que recebi aqui, não tem preço", agradeceu.
Já Frances McDormand, pela mãe desbocada de "Três Anúncios Para Um Crime", levou a estatueta como melhor atriz. E ela logo voltou ao palco ao lado do elenco de seu filme, eleito o melhor do ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.