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Noel Rosa é homenageado com lançamento de DVD

Noel Rosa, o mais importante compositor da Época de Ouro, receberá homenagem especial com o lançamento, em DVD, do filme Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo


	Autorretrato de Noel Rosa: nesta segunda-feira, Dia Nacional do Samba, Noel Rosa recebe homenagem especial
 (Creative Commons)

Autorretrato de Noel Rosa: nesta segunda-feira, Dia Nacional do Samba, Noel Rosa recebe homenagem especial (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 07h49.

Rio de Janeiro - Um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB) de todos os tempos, Noel Rosa (1910-1937) foi o mais importante compositor da chamada Época de Ouro, na qual, por meio do rádio, cantores e canções se tornaram, pela primeira vez no país, fenômenos de comunicação de massa. Em sua curta vida – morreu de tuberculose antes de completar 27 anos –, o poeta da Vila compôs 227 músicas, entre elas algumas obras-primas cantadas e regravadas por intérpretes das gerações posteriores.

Nesta segunda-feira (2), Dia Nacional do Samba, Noel Rosa recebe homenagem especial com o lançamento, em DVD, do filme Noel Rosa, Poeta da Vila e do Povo, uma coprodução da TV Brasil e da produtora Cinemar. O evento, às 17h30, na Livaria Folha Seca, reduto de apreciadores do samba de raiz na Rua do Ouvidor, 75, no centro do Rio, marca também o sexto aniversário da emissora pública, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O documentário surgiu de uma série de reportagens, em cinco episódios, que foi ao ar na TV Brasil em 2010, homenageando o centenário de Noel Rosa. O roteiro e a direção foram do jornalista Dácio Malta, que na ocasião estava escrevendo um espetáculo sobre o centenário do compositor.

“Eu acho que o documentário é definitivo. Quando fiz, já não tinha nenhum contemporâneo do Noel vivo. Usei muita coisa de arquivo. Mesmo se alguém fizer, vai ser impossível encontrar alguma coisa nova de Noel”, disse o diretor.


Resultado de 20 meses de pesquisa, a produção foi realizada em apenas seis semanas, reunindo mais de 60 horas de gravações, além de dezenas de arquivos sonoros, fotos, partituras e originais de Noel. A produção executiva foi de Roberto Faissal e a direção musical ficou a cargo do cantor e compositor Zé Renato, que em 2001 gravou o álbum Filosofia, uma dupla homenagem a Noel Rosa e a Chico Buarque, outro grande nome da MPB que teve no poeta da Vila uma de suas maiores influências.

O narrador do documentário é o sambista Martinho da Vila, ligado desde o início de sua carreira à escola de samba do bairro imortalizado por Noel Rosa. No mesmo ano em que o documentário foi produzido, Martinho gravou um álbum - O Poeta da Cidade - em homenagem ao centenário de Noel.

O filme está dividido em cinco blocos, com 26 minutos de duração cada: São eles O Nascimento do Poeta, O Carnaval e o Humor, As Paixões e as Musas, A Polêmica e os Intérpretes e A Morte e o Legado. Em cada um, as músicas de Noel aparecem interpretadas tanto por cantores da época do compositor, como Aracy de Almeida, Marília Batista, Almirante, Silvio Caldas e o próprio Bando dos Tangarás – do qual fez parte o poeta da Vila – como por nomes da MPB atual, entre eles Mariana Baltar, Mart'nália, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho e Zé Renato.

Na definição do jornalista João Máximo, autor, juntamente com Carlos Didier, do livro Noel Rosa: Uma Biografia, a contribuição de Noel para a música popular pode ser resumida em duas palavras: transformação e integração. A primeira diz respeito à lírica da canção popular. “Foi Noel quem demonstrou - com suas letras inspiradas no linguajar do povo, nos episódios do dia a dia, nos personagens de sua cidade, nos temas de sua época e, ao mesmo tempo, de todas as épocas, como os maus governos, a falta de dinheiro, a fome, o crime, a mendicância, a marginalidade, a boêmia – que tudo cabe em uma canção séria'”, disse o biógrafo.

Já a integração, para João Máximo, refere-se à convivência de Noel Rosa, jovem culto da classe média, com os sambistas negros dos morros cariocas. “Noel tornou-se parceiro deles, e como nenhum outro, integrou-se à estética de cada um, em uma época em que parcerias inter-raciais praticamente inexistiam”.

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