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No Globo de Ouro, atrizes protestarão contra assédio no cinema

Este ano, o Globo de Ouro não será apenas uma festa, mas também um protesto contra as agressões sexuais sofridas pelas mulheres

Harvey Weinstein: produtor foi acusado por artistas por assédio sexual (Rich Polk/Getty Images)

Harvey Weinstein: produtor foi acusado por artistas por assédio sexual (Rich Polk/Getty Images)

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EFE

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 15h27.

Los Angeles (EUA) - O Globo de Ouro, no qual várias atrizes se vestirão de preto para denunciar o assédio sexual sofrido pelas mulheres em Hollywood, desencadeará nesta semana uma nova temporada de prêmios do cinema nos Estados Unidos marcada por protestos e reivindicações.

Com a opinião pública ainda "em choque" pela enorme quantidade de casos de assédio sexual que foram recentemente revelados, o mundo do entretenimento volta a desdobrar os tapetes vermelhos, começando com o Globo de Ouro, no próximo dia 7.

Conhecido por ser uma das festas mais divertidas e informais de Hollywood, além de inaugurar o calendário de prêmios que finaliza com o Oscar, o Globo de Ouro vem este ano não apenas com o desejo de festa, mas também com o anúncio prévio de que várias estrelas se vestirão de preto para gritar contra as agressões sexuais sofridas pelas mulheres.

Após o escândalo em torno do produtor Harvey Weinstein e a campanha "Me Too" que atingiu artistas como Dustin Hoffman, John Lasseter e Brett Ratner, a revista "People" revelou neste mês que Meryl Streep, Jessica Chastain e Emma Stone, entre outras figuras, desfilarão de preto na entrega da premiação como protesto contra o assédio em Hollywood.

Esta ação feminista não atrai somente as atrizes, uma vez que a estilista Ilaria Urbinati, que trabalha com Dwayne "The Rock" Johnson e Tom Hiddleston, afirmou recentemente que seus clientes também se vestirão de preto.

A campanha também teve os seus opositores, já que a atriz Rose McGowan, que acusou Weinstein de estuprá-la, chamou Meryl Streep de hipócrita por agora se unir a esse protesto contra as agressões sexuais após ter trabalhado com o produtor no passado.

Em qualquer caso, o Globo de Ouro será a primeira grande resposta pública e conjunta do mundo do entretenimento para a série de agressões sexuais em seu meio, mas não se espera que seja o único movimento este ano em Hollywood contra o machismo.

Na festa do Sindicato dos Atores (SAG, sigla em inglês), celebração que acontecerá no dia 21 deste mês, em Los Angeles, todos os prêmios serão anunciados e entregues por mulheres. Além disso, a mestre de cerimônia será a atriz Kristen Bell.

Sem esquecer que a música celebrará sua festa particular com o Grammy, no dia 28, em Nova York, assim como os prêmios dos sindicatos de diretores e produtores e cinema independente Spirit, que vão aquecer o ambiente até a entrega do Oscar, no dia 4 de março, em Los Angeles.

A mobilização política e as ações de protesto não são novidades em Hollywood, uma vez que é o local mais visível e midiático do pensamento progressista nos Estados Unidos.

Após apoiar Hillary Clinton, ex-candidata democrata à Casa Branca, o mundo do cinema recebeu com muitas críticas o presidente Donald Trump, a quem atacou em numerosas ocasiões pelas suas ideias racistas e machistas.

Meryl Streep, por exemplo, recebeu inúmeros aplausos com seu combativo discurso contra o republicano na última edição do Globo de Ouro, em que defendeu o jornalismo e as contribuições culturais dos imigrantes.

No dia seguinte, Trump disse no Twitter que ele é uma das atrizes "mais supervalorizadas em Hollywood", apesar de ter vencido o Oscar em três ocasiões e obter o recorde de indicações para um intérprete (20).

No último Oscar, vários artistas desfilaram com laços azuis, apoiando a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês), uma das organizações mais beligerantes contra as medidas de Trump.

Mas as constantes críticas ao presidente durante a festa, lideradas pelo apresentador Jimmy Kimmel, ficaram em segundo plano após o tremendo erro durante o anúncio de melhor filme, quando, por engano, foi concedido a "La La Land: Cantando Estações", mas na realidade pertencia a "Moonlight: Sob a Luz do Luar".

Em 2016, a temporada de prêmios foi marcada pela campanha "Oscar so White", que denunciou que pelo segundo ano consecutivo não havia negros indicados nos prêmios da Academia de Hollywood, motivando um boicote à cerimônia de nomes como Will Smith, Jada Pinkett Smith e Spike Lee.

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