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Netflix não representa ameaça para o cinema, diz Polanski

Diretor está em Cannes para festival de cinema

Pessoa usa aplicativo do Netflix em tablet para ver House of Cards, dia 5/01/2016 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Pessoa usa aplicativo do Netflix em tablet para ver House of Cards, dia 5/01/2016 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 27 de maio de 2017 às 10h02.

Cannes (França) - O cineasta franco-polonês Roman Polanski opinou neste sábado que plataformas de streaming como a Netflix não representam uma ameaça para a indústria cinematográfica porque a principal razão pela qual as pessoas vão ao cinema, segundo ele, é para viver uma experiência coletiva.

"As pessoas não vão porque o cinema possui um melhor som, uma melhor projeção ou melhores assentos que nas suas casas, mas porque podem participar de uma experiência com o público ao redor", declarou em entrevista coletiva após ter apresentado fora de competição no Festival de Cannes o filme "D'après une histoire vraie".

Polanski acrescentou que essa vontade de compartilhar algo é inerente à humanidade, "desde o teatro grego ao circo romano ou a um show".

"Eu me lembro de quando os 'walkman' ficaram populares. Havia gente que dizia que seria o fim dos shows", destacou o cineasta, que brincou ao dizer que não é a mesma coisa ver filmes como "Borat" sozinho em casa ou com um público que ri.

A polêmica sobre a Netflix nesta 70ª edição de Cannes começou com a participação na competição de dois filmes produzidas pela plataforma digital, "The Meyerowitz Stories" e "Okja", que não estrearão em salas de cinema.

Cannes anunciou no dia 10 de maio que a partir do próximo ano não tolerará a exceção que aceitou desta vez, e que todos os filmes que competirem terão que estrear em salas comerciais francesas.

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