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Netflix e Amazon avançam em batalha por Bollywood

A Índia produz mais filmes e vende mais entradas de cinema do que qualquer outro país, tornando-a um dos maiores prêmios para plataformas de streaming

Bollywood: maior mercado de filmes é disputado pelas grandes plataformas de streaming (Reprodução/Reprodução)

Bollywood: maior mercado de filmes é disputado pelas grandes plataformas de streaming (Reprodução/Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 23 de julho de 2020 às 11h08.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 15h31.

“Gulabo Sitabo”, um filme de Bollywood estrelado pela lenda indiana Amitabh Bachchan, deveria atrair milhões para as salas de cinema na primavera do hemisfério norte. No entanto, a sátira hindi estreou no serviço Prime da Amazon.com em meio à quarentena para conter o avanço da pandemia de coronavírus na Índia.

Outros blockbusters indianos seguiram o mesmo caminho, inundando plataformas online como Netflix e Disney+ Hotstar, da Walt Disney. Com isso, os serviços de streaming conseguiram os primeiros direitos de exibição de filmes geralmente vistos em salas de cinema no país de 1,3 bilhão de pessoas. A Netflix diz que incluiu seis novos filmes indianos que seriam exibidos nos cinemas, enquanto a Disney tem pelo menos sete desses filmes disponíveis.

A Índia produz mais filmes e vende mais entradas de cinema do que qualquer outro país, tornando-a um dos maiores prêmios para plataformas de streaming da Netflix, Disney e Amazon. Bollywood - como é chamada a indústria cinematográfica da Índia - tem resistido à transição online, e as mudanças da era dos coronavírus oferecem às operadoras digitais uma chance sem precedentes de atrair novos assinantes.

“Existe uma escola de pensamento de que os cinemas são anacrônicos e, à medida que o entretenimento se torna mais individual e do tamanho de um sachê, eles desaparecerão”, disse Utkarsh Sinha, diretor-gerente da Bexley Advisors, um banco de investimentos boutique focado em empresas de estágio inicial de tecnologia e mídia. “Se essa escola de pensamento estiver correta, esta pandemia certamente pode ser o ponto de inflexão.”

A pandemia provoca um boom das plataformas de streaming também em outros países. As quarentenas aceleraram uma tendência já em andamento, pois as maiores plataformas gastaram bilhões para montar bibliotecas de filmes online e atrair espectadores dos cinemas.

A Netflix informou na semana passada que conquistou mais de 10 milhões de assinantes globalmente no segundo trimestre em meio à pandemia, superando as estimativas de Wall Street de cerca de 8,3 milhões.

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