Nélson Prudêncio na Olimpíada da Cidade do México de 1968: atleta passou a lecionar na UFSCar em 1974, fundada seis anos antes (Amilton Vieira/VEJA)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2012 às 15h56.
São Paulo - Nelson Prudêncio, um dos maiores atletas da história esportiva brasileira, morreu na sexta-feira (23/11), aos 68 anos. Estava internado na Casa de Saúde de São Carlos (SP) para tratamento de um câncer no pulmão em estágio avançado e descoberto recentemente.
Recordista mundial de salto triplo, Prudêncio conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do México, em 1968, com 17,27 metros, e foi bronze nos Jogos de Munique, quatro anos depois, com 17,05 metros. Era vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.
Nascido em Lins, interior de São Paulo, em 4 de abril de 1944, Prudêncio era professor no Departamento de Educação Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduou-se em Educação Física na Escola de Educação Física de São Carlos (1971) e fez mestrado na Universidade de São Paulo (1983) e doutorado na Universidade Estadual de Campinas (2006).
A Administração Superior da UFSCar lamentou a morte de Prudêncio. Em nota, lembrou que Prudêncio passou a lecionar na instituição em 1974, fundada seis anos antes.
“Desde então, vinha se dedicando à formação de profissionais de educação física e atletas e, muito especialmente, à produção de conhecimento que viesse a contribuir para que o Brasil pudesse voltar a ocupar um lugar de destaque no esporte que o consagrou”, destacou a UFSCar.
“Foi excelente aluno de pós-graduação e amigo incomparável. Contribuiu muito com nossos alunos em bancas de pós", disse Miguel de Arruda, vice-diretor da Faculdade de Educação Física da Unicamp.
Ao lado de Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001) e de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo (1954-1999), Prudêncio foi um dos grandes atletas no salto triplo no Brasil.
Em 1968, nos Jogos do México, foi um dos protagonistas de uma das maiores finais da história olímpica. Em um intervalo de apenas quatro horas, Prudêncio, o soviético Viktor Saneyev e o italiano Giuseppe Gentile quebraram nove vezes o recorde mundial na modalidade. Ao final, Saneyev ficou com o ouro, Prudêncio com a prata e Gentile com o bronze.