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Nas séries, humor quer ser mais rápido

Diminuem as cenas das sitcoms e dos personagens óbvios e estereotipados para dar lugar a outro tipo de humor mais inteligente e referencial

Brooklyn Nine Nine  (Divulgação)

Brooklyn Nine Nine (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 07h32.

Se as grandes premiações internacionais servirem como bússola para as produções futuras, delineando as tendências de recepção pelo público, a última edição do Globo de Ouro foi um bom indicador do que vem acontecendo nas séries de TV. Foi uma surpresa ver a novata Brooklyn Nine Nine tirar a estatueta de favoritos como Modern Family. Surpresa melhor ainda é rir com o humor autêntico da produção, exibida no País às segundas, às 21h, no canal TBS.

A série estrelada e produzida por Andy Samberg é um ótimo exemplo do que vem acontecendo com as comédias: diminui as cenas das sitcoms e dos personagens óbvios e estereotipados para dar lugar a outro tipo de humor mais inteligente e referencial, para não dizer verborrágico - o que infelizmente às vezes se perde na tradução para o português. Outro exemplo que cabe aqui é o de Parks and Recreation, em cartaz no Sony aos sábados, às 20h, e Projeto Mindy, que está no ar também no TBS às quartas, às 20h20.

Um fato curioso emerge quando levamos em conta a genealogia dessas séries, que passam sempre por um mesmo lugar - The Office, talvez a origem desse novo movimento do humor. É de lá que saiu Michael Schur, um dos responsáveis por Brooklyn e cocriador de Parks. A criadora, produtora e protagonista de Projeto é a atriz Mindy Kaling, que conhecemos justamente em... The Office.

Há um segundo fator a ser levado em conta aqui, que são os anos de experimentação e ousadia de Saturday Night Live, de onde saíram Amy Poehler e Samberg, para citar só dois exemplos dentre os muitos que povoam os elencos e as salas de roteiristas de outras comédias.

Foi ao notar esse movimento que a atriz Stephanie Beatriz agarrou a chance de interpretar a detetive Rosa em Brooklyn. "Sempre fui fã do trabalho de Mike, de Parks & Recreation e de Amy Poehler. E sempre disse ao meu agente que queria trabalhos assim. Quando fui chamada, decidi aceitar o papel por conta dos roteiristas. Um ator é tão bom quanto o material que ele tem, por isso me sinto privilegiada", afirmou ao Estado por telefone.

"Quando assisto TV em casa, estou mais interessada em ver um tipo de humor que venha de um lugar inesperado, como The Mindy Project, Parks... Há muitos projetos interessantes dando um novo tom ao humor, que é mais rápido, mais inteligente, idiossincrático. Gosto do tipo de movimento renovador que a comédia está tendo e que é revigorante para todos, para quem faz e para quem assiste", afirma.

Parte da tendência, explica Stephanie, é explicada por um tipo de criação de roteiro mais colaborativa, que inclui ideias e opiniões de todos os envolvidos, incluindo os atores. "Estamos cansados de ver sempre as mesmas pessoas, os mesmos estereótipos na televisão, porque não nos identificamos com eles, não nos dizem nada e não se relacionam com nossa vida cotidiana. Por isso é energizante fazer um personagem complexo, já que o texto dela é complexo", arremata a atriz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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