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"Não existe mais casual friday": o novo momento da moda masculina

Gabriel Zandomênico, diretor da Oficina Reserva, fala sobre o crescimento da marca, as tendências do mercado e os planos para 2025

Gabriel Zandomênico, da Oficina Reserva: expansão da marca (Oficina Reserva/Divulgação)

Gabriel Zandomênico, da Oficina Reserva: expansão da marca (Oficina Reserva/Divulgação)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 07h00.

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A Oficina Reserva, marca de moda masculina do grupo Azzas 2154, é um adolescente que ganhou corpo neste ano de 2024. Com a crescente expansão nacional e o lançamento de novas linhas de produtos, a marca se consolida como uma das principais apostas para o mercado de roupas para homens no Brasil.

Fundada em 2006, a Oficina Reserva nasceu em Belo Horizonte com o propósito de oferecer inicialmente camisas sob medida. Com a entrada inicialmente para a Reserva, a marca cresceu e passou a oferecer roupas casuais e uma alfaiataria de qualidade o homem moderno.

Com a entrada no Azzas 2154, em 2020, a Oficina Reserva ganhou novo fôlego e perspectivas de crescimento ainda maiores. O segmento de moda masculina do grupo teve uma receita bruta de 467 milhões de reais no terceiro trimestre de 2024, um crescimento de 26,1% sobre o mesmo período do ano anterior.

Em entrevista à EXAME Casual, Gabriel Zandomênico, diretor da Oficina Reserva, fala sobre o novo momento da marca, as estratégias de crescimento e as tendências do mercado de moda masculina.

Como foi o ano de 2024 para a Oficina Reserva?

Foi um ano muito bom para a marca. Um ano de crescimento e de continuidade à expansão da marca. A gente começou o ano com 21 lojas e vai encerrar com 28 lojas abertas, todas com operações próprias. É um ano onde a gente está de fato consolidando a nacionalização da marca, em presença. Além dessa expansão, crescemos também nas operações já existentes. Vou te dar um número bem fresco: acabamos de encerrar a venda no atacado da coleção de inverno 2025, e crescemos 40% em relação ao inverno 2024.

Quais foram as principais novidades em termos de expansão geográfica?

Abrimos lojas em Curitiba, Recife, e algumas ainda em São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio, por exemplo, inauguramos no Barra Shopping e em Niterói. Também abrimos nosso primeiro outlet, o que nos ajuda a gerir melhor o estoque. As pontas de coleção, pela primeira vez, a Oficina vai começar a escoar através dessas lojas. Para 2025, provavelmente entraremos em Salvador também.

Como a marca veio evoluindo nesses últimos anos?

A marca nasceu como uma marca de alfaiataria, com a camisa social sob medida. Vendíamos principalmente para quem usava terno e gravata e tinha um bom poder aquisitivo. Mas o mundo mudou, o mundo afrouxou o look. Antigamente falávamos em casual friday no trabalho, hoje em dia esse termo não faz mais sentido. A Oficina, desde nossa primeira loja, já foi concebida para navegar entre o casual e o social, mas tendo o casual com o mesmo nível de sofisticação e excelência da alfaiataria.

Como essa mudança no conceito de "casual friday" influenciou o desenvolvimento de produtos da marca?

Isso nos levou a desenvolver peças que são versáteis e podem ser usadas em diferentes ocasiões. Por exemplo, temos blazers que podem ser usados tanto em um ambiente de trabalho mais formal quanto em um happy hour com os amigos. Nossa linha Move, que estamos expandindo, é um exemplo perfeito disso: são produtos casuais com características esportivas, como tecidos altamente respiráveis e com alta elasticidade, que não amassam e não esquentam. Isso permite que o cliente tenha peças confortáveis, mas que ainda mantêm um aspecto elegante e apropriado para o trabalho.

Peças mais leves para invernos mais quentes

Quais são as principais tendências que vocês observam no mercado de moda masculina atualmente?

A principal tendência é o uso de tecidos com características esportivas no produto do dia a dia. Temos como exemplo a calça maleada, o blazer maleado, a camiseta move. Estamos ampliando isso e dando um nome para essa linha, a linha Move. São produtos casuais com características do esporte, tecidos altamente respiráveis, com alta elasticidade, que não amassam e não esquentam. Outra leitura nossa é que os invernos estão cada vez menos invernais, o clima está ficando mais quente. Isso muda a coleção, porque a gente não deixa de fazer uma coleção de inverno, essa terceira peça, mas oferece um produto mais fresco.

Como vocês trabalham o desenvolvimento de produto na Oficina Reserva?

Investimos muito em pesquisa e desenvolvimento. Fazemos viagens internacionais para observar tendências e confirmar hipóteses que traçamos aqui no Brasil. Além disso, temos um cuidado obsessivo com a modelagem. Usamos dados dos ajustes feitos em nossos ateliês para melhorar constantemente nossas peças. Por exemplo, tivemos um grupo de trabalho chamado “comprimento da manga das jaquetas”, em que discutimos tirar 1,5 centímetro de manga das jaquetas. Temos um ateliê de ajustes dentro das lojas. E usamos nosso banco de dados para entender o percentual de ajustes que a gente faz por tipo de produto. Então se eu sei que x por cento das mangas são ajustadas em 1,5 centímetros, será que a gente deveria colocar as mangas já nesse tamanho?

Quais são os planos da Oficina Reserva para 2025?

Vamos lançar oficialmente a linha move, que vai incluir calça, paletó, jaqueta, bermuda, novas cores de camiseta e camisa social. Em termos de expansão, continuaremos abrindo novas lojas, com um pequeno aumento na metragem média para absorver todas essas novas linhas. Nosso foco continua sendo o mercado brasileiro, não temos planos de internacionalização no momento.

Há planos para diversificar o portfólio de produtos para além do vestuário?

Sim, estamos fazendo uma transformação importante na categoria de calçados. Nossa venda de calçados já está crescendo 50%, e para o ano que vem temos expectativa de crescer ainda mais. Pela primeira vez, a Oficina está trabalhando com solados próprios, desenvolvendo e desenhando do zero nossos calçados. Estamos refazendo por completo nossa coleção de calçados e temos grandes expectativas para essa categoria.

Como a Oficina Reserva se diferencia no mercado de moda masculina?

O diferencial da Oficina é quando você coloca a palavra excelência em qualquer que seja a onda do momento. É mais fácil você perseguir a onda do momento pegando os atalhos, fazendo em qualquer lugar, com pouca pesquisa, com pouca profundidade. É mais difícil quando você fala assim, não, a gente vai fazer o que quer que seja com a excelência. Para mim, o diferencial da Oficina é não perder a elegância e a excelência, trazendo o conforto que é moderno. Hoje em dia a palavra da vez é o conforto. Então eu vejo marcas muito confortáveis, sem excelência e elegância, vejo marcas muito elegantes, sem o conforto, o diferencial da Oficina é conseguir misturar tudo isso.

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