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Nova produção de Tarantino é teste para "Terra das sequências"

Indústria cinematográfica aguarda com ansiedade pela produção original, já que últimos sucessos de Hollywood têm sido franquias ou remakes

Quentin Tarantino: 9º filme do diretor é declaração de amor à Hollywood (Getty Images/Getty Images)

Quentin Tarantino: 9º filme do diretor é declaração de amor à Hollywood (Getty Images/Getty Images)

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AFP

Publicado em 25 de julho de 2019 às 17h34.

Última atualização em 25 de julho de 2019 às 17h38.

O novo filme de Quentin Tarantino é uma carta de amor a Hollywood - e um importante teste para saber se a indústria cinematográfica ainda está sob pressão e pode fazer hits que não sejam apenas franquias de super-heróis já experimentadas e testadas, ou remakes nostálgicos, afirmam os especialistas.

"Era uma Vez em Hollywood" se passa na capital do entretenimento, em 1969, quando os ídolos de matinês inocentes coexistiam com nomes da contra-cultura como Roman Polanski, Dennis Hopper e - o mais perturbador, o bando de hippies assassinos de Charles Manson.

O filme de roteiristas idealistas, dublês leais e western spaghetti já conquistou o coração de cinéfilos e críticos de cinema, recebendo ótimas críticas.

No entanto, quando estrear nos cinemas nesta sexta-feira nos Estados Unidos, vai entrar no meio de uma disputa que está longe de ser um conto de fadas de Hollywood.

As bilheterias domésticas caíram mais de sete por cento a partir de 2018, de acordo com a Comscore - algo notável em um ano que viu o blockbuster de super-heróis "Vingadores: Ultimato" se tornar o filme de maior bilheteria de todos os tempos.

Fora as outras franquias lucrativas e antigas da Disney - com "Toy Story 4", "Aladdin" e "O Rei Leão", a Casa do Mickey responde por mais de 40% das bilheterias deste ano - e 2019 parece que será sombria para os filmes originais.

Com a TV e a transmissão em streaming também influenciando seus lucros, Hollywood está observando atentamente para ver se o "efeito Tarantino" pode ajudar a reverter essa tendência, na qual apenas as mega franquias estabelecidas sucesso garantido.

A marca Tarantino

As apostas são altas porque Tarantino é visto como um espécime agonizante em Hollywood - um diretor diferente, que cria filmes originais e que faz as pessoas correrem para ver.

Se Tarantino não for tão bem-sucedido, será ruim para os poucos outros filmes originais do cinematográfico verão, como o drama familiar aclamado pela crítica "The Farewell", comentou Paul Dergarabedian, analista sênior da Comscore.

"Ele é talvez um dos cinco diretores de todos os tempos que as pessoas na rua sabem de cara. Como Alfred Hitchcock, Steven Spielberg, Francis Ford Coppola... pessoas fora da indústria conhecem Tarantino", acrescentou.

Tarantino também conseguiu atrair os maiores talentos do setor - segundo relatos, Leonardo DiCaprio aceitou um corte salarial para trabalhar novamente com o diretor depois de colaborar com "Django Livre".

"Como público, não importa o quepensam do filme, eles sabem que terão uma experiência incrivelmente única", explicou DiCaprio na estreia, no icônico cinema Chinese Theatre, em Hollywood, na segunda-feira.

"E é por isso que as pessoas continuam voltando", completou.

Quantos verão o filme dessa vez é uma pergunta ainda sem resposta. Mas analistas dizem que arrecadar cerca de US$ 30 milhões é uma perspectiva realista, mas com certeza não se pode pensar nos US$ 190 milhões obtidos na estreia de "O Rei Leão"no final de semana passada.

Dez e acabou

Mesmo que ele consiga resistir à atual tendência de "sucessos em série de bilheteria", qualquer impulso que Tarantino possa oferecer a Hollywood provavelmente será de curta duração.

O diretor de "Pulp Fiction" afirma que irá se aposentar do cargo de diretor após seu 10º filme. "Era Uma Vez" é o de número nove.

Os rumores de que ele poderia se aventurar em uma sequência da saga "Star Trek", com uma trama de teor mais adulto, antes de sair de trás das câmeras empolgaram tanto os fãs do diretor quanto os trekkers, os fieis seguidores da obra de Gene Roddenberry.

Mas se até Tarantino está de olho no cinema de franquia, isso pode representar um momento terminal para os filmes de arte em Hollywood.

Por enquanto, Hollywood está feliz em vê-lo criando agitos nas telas grandes.

"Está ficando cada vez mais difícil de gerar conteúdo original para um grande cinema", afirmou Brad Pitt, a outra estrela do novo filme.

"Graças a Deus Tarantino ainda tem mais um para oferecer", concluiu.

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