Casual

Museus de arte da Itália reabrem sob olhar atento do big data

Usando câmeras posicionadas perto da obra de arte, o sistema ShareArt absorve dados sobre o número de observadores e seu comportamento enquanto olham para as obras

Com a reabertura na Itália, um museu em Bolonha está experimentando a tecnologia de câmeras que observam como os visitantes observam as obras de arte. (Bloomberg/Bloomberg)

Com a reabertura na Itália, um museu em Bolonha está experimentando a tecnologia de câmeras que observam como os visitantes observam as obras de arte. (Bloomberg/Bloomberg)

JS

Julia Storch

Publicado em 17 de julho de 2021 às 06h37.

Enquanto museus e galerias da Itália dão as boas-vindas aos turistas e tentam recuperar parte dos 190 milhões de euros (US$ 225 milhões) em receita perdida no ano passado, um novo projeto de dados pode ajudar curadores a entender quais pinturas e esculturas conseguirão atrair mais atenção.

Uma equipe de pesquisa da agência italiana para novas tecnologias ENEA desenvolveu um sistema baseado em dispositivos que podem calcular por quanto tempo e quão perto os visitantes de museus e galerias observam uma determinada obra de arte.

Usando câmeras posicionadas perto da obra de arte, o sistema ShareArt absorve dados sobre o número de observadores e seu comportamento enquanto olham para uma pintura, escultura ou artefato, incluindo o tempo decorrido e a distância de observação.

Isso poderia ajudar a definir o “valor de atração” de obras de arte específicas, levando a mudanças no layout de museus e galerias e na programação de exposições, segundo os pesquisadores da ENEA Stefano Ferriani, Giuseppe Marghella, Simonetta Pagnutti e Riccardo Scipinotti.

Embora o sistema originalmente concebido por Scipinotti remonte a 2016, só foi implementado para testes ao vivo nas últimas semanas, após uma decisão do governo de reabrir totalmente museus e galerias que foram fechados devido à pandemia.

Quatorze aparelhos ShareArt estão sendo testados em um projeto conjunto com o Istituzione Bologna Musei, oferecendo aos pesquisadores a chance de experimentar sua tecnologia em exposições com uma ampla gama de obras de arte de várias formas, períodos e tamanhos, sem comprometer a privacidade dos observadores.

“Graças à simples elaboração de dados, o olhar de um observador pode ser traduzido em um gráfico”, disse Ferriani em entrevista. “Podemos detectar onde a maior parte da atenção das pessoas está concentrada.”

Olhando para “São Sebastião Auxiliado por Santa Irene”, de Trophime Bigot, por exemplo, “percebemos que os observadores tendiam a se concentrar não no centro da composição, mas ligeiramente à direita do rosto do santo, graças à interação de luz e sombra criada pelo pincel do artista”.

O ShareArt também rastreia quantos usuários param diante de uma obra de arte e por quanto tempo a observam. Poucas obras mantêm os visitantes de museus ou galerias “grudados” no local por mais de 15 segundos, disseram os pesquisadores, com o tempo médio de observação de apenas 4 a 5 segundos.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:ArteItáliaMuseus

Mais de Casual

Quer começar a beber uísque? Conheça esses drinks essenciais

Os melhores restaurantes de Maceió segundo ranking EXAME Casual 2025

Este iate de luxo de grife italiana será produzido apenas no Brasil

Os melhores restaurantes de Belém segundo ranking EXAME Casual 2025