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Museu Nacional afegão expõe relíquias recuperadas após roubo

Grande parte dos objetos resgatados pelo museu foi saqueada do Afeganistão para ser vendida nos mercados negros de Europa, Ásia e América

Museu Nacional do Afeganistão: Entre as peças devolvidas, há esculturas, machados, espadas, moedas e outros objetos com mais de dois milênios de história (Wikimedia Commons)

Museu Nacional do Afeganistão: Entre as peças devolvidas, há esculturas, machados, espadas, moedas e outros objetos com mais de dois milênios de história (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2012 às 19h12.

Cabul - O Museu Nacional do Afeganistão conseguiu recuperar e reunir 843 relíquias do patrimônio cultural do país que haviam sido roubadas durante a guerra civil para expô-las novamente ao público.

Grande parte dos objetos resgatados pelo museu foi saqueada do Afeganistão para ser vendida nos mercados negros de Europa, Ásia e América. No entanto, após a queda do regime talibã em 2001, as autoridades de alguns países começaram a devolver essas relíquias.

''A carga, com peso de duas toneladas, chegou na última semana e conta com 843 objetos'', disse à Agência Efe o vice-diretor do Museu Nacional afegão, Yahia Mohebzada, que explicou que a operação só obteve sucesso graças à cooperação do Museu Britânico.

Entre as peças devolvidas, há esculturas, machados, espadas, moedas e outros objetos com mais de dois milênios de história, todos originários de um país que ao longo de sua história foi habitado por inúmeras civilizações míticas, como a do rio Amu Darya.

Durante as últimas décadas de guerra civil e, especialmente, durante os anos 90, o museu perdeu 70% de suas peças, embora dentro deste patrimônio recuperado também haja objetos obtidos em escavações arqueológicas.

Alguns dos artigos roubados, outros que foram encontrados no Reino Unido e tiveram sua autenticidade certificada por especialistas do Museu Britânico foram conservados nas dependências dessa instituição para serem devolvidos ao país de origem.

Em 2006, cerca de 1,4 mil peças foram devolvidas por parte das autoridades do Reino Unido, com as quais o governo afegão assinou um acordo. Posteriormente, os governos de Estados Unidos, Noruega e Suíça também realizaram algumas devoluções.


Mohebzada também faz questão de exaltar que a polícia afegã continua investigando as possíveis rotas de contrabando, embora esse trabalho não seja tão eficiente.

Segundo o vice-diretor da instituição, as autoridades conseguiram encontrar somente uma pequena parte dos objetos roubados, e ainda é preciso trabalhar muito para encontrar essas relíquias.

Enquanto as buscas continuam, o Museu Nacional, que funciona em um edifício construído nos tempos do rei Ahmanulah Khan - que comandou o país entre 1919 e 1929 -, foi concebido para ser sede da prefeitura de Cabul -, se prepara para apresentar as peças recuperadas já na próxima semana.

Na instituição, ao custo de apenas US$ 2, o visitante poderá apreciar os objetos que revelam um passado de esplendor, como um jarro de cristal do século I em forma de peixe e cerâmicas e bronzes de antiguidade milenar.

Apesar de ser emblemático, o edifício, que possui dois amplos andares, está mal condicionado para abrigar os tesouros arqueológicos e artesanais. Por isso, as autoridades locais já iniciaram a construção de uma nova sede, que, por sua vez, conta com apoio financeiro dos Estados Unidos.

''O Ministério da Defesa nos cedeu oito hectares de terra, e os primeiros trabalhos já foram iniciados. O momento é de esperança'', apontou Mohebzada.

Mesmo com a felicidade que envolve essa exposição no Museu Nacional, os gerentes do patrimônio afegão ainda possuem algumas preocupações em relação à insegurança que impera no país, provocada principalmente pelos insurgentes talibãs. ''No entanto, as coisas começam a se acertar'', completou, esperançoso, o vice-diretor. 

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