A exposição permite conhecer a intensidade dos intercâmbios comerciais entre Macedônia e outras regiões do mundo grego (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2011 às 21h48.
Paris - O Museu do Louvre propõe com duas exposições uma contrastada viagem pelo tempo e pelo espaço: do reino de Alexandre, o Grande e a antiga Macedônia até a relação entre os imperadores da Cidade Proibida e os reis da França.
Cerca de 500 obras ilustram a mostra 'Au royaume d'Alexandre le- Grand. La Macédoine antique', que começou nesta quinta-feira e ficará exposta até o próximo dia 16 de janeiro, reunidas pelo departamento de antiguidades etruscas e romanas do Louvre, em colaboração com seus colegas gregos e com o apoio do Ministério de Cultura da Grécia.
A maior parte das peças, muitas delas descobertas recentemente, nunca haviam sido apresentadas na França. Juntas desenham a história e o apogeu da antiga Macedônia, desde o século XV antes de nossa era até a Roma imperial, assim como sua ascensão ao topo do poder nas mãos de soberanos como o célebre Alexandre.
Os curadores destacam que até 1977, quando foram descobertas em Vergina várias sepulturas reais, não se tinha verdadeiramente consciência do enorme valor arqueológico conservado no norte da Grécia.
Entre as tumbas, todas elas intactas, descobertas nesse local, identificado como a primeira capital do reino da Macedônia, estava a de Filipe II, pai de Alexandre.
As descobertas de grande magnitude aconteceram depois em um ritmo vertiginoso. Outras jazidas e necrópoles macedônias revelaram a ostentação de uma classe de notáveis de uma elite aristocrática, amante de uma arte particularmente refinada.
Exemplo do excelente gosto e do virtuosismo dos artesãos da época são algumas joias de ouro, em particular duas espetaculares coroas de guerreiro, assim como esculturas, vasos e cerâmicas.
A exposição permite conhecer a intensidade dos intercâmbios comerciais entre Macedônia e outras regiões do mundo grego, além de diferentes aspectos da civilização macedônia como sua produção artística, a educação e a vida cotidiana de homens e mulheres.
A mostra foca também a religião, o tratamento dado à morte, a maneira como se organizava o reino, assim como a gênese da lenda de Alexandre, o Grande, nascido em 356 antes de Jesus Cristo e formado desde os 13 anos nas ideias de Aristóteles.
Quase ao mesmo tempo desta exposição, o Museu do Louvre transfere seus visitantes, até o dia 9 de janeiro, à mítica China imperial e sua Cidade Proibida.
Com o título 'La Cité interdite au Louvre. Empereurs de Chine et rois de France', esta segunda mostra percorre 800 anos de história desde a dinastia Yuan até o alvorecer da era moderna.
Uma viagem tão especial através de 130 peças, retratos, objetos, trajes e pertences de alguns dos principais protagonistas das dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911), foi possível graças ao empréstimo 'sem precedentes' do Museu da Cidade Proibida, ressaltaram os curadores.
Nas salas de história do Louvre são revelados os recorrentes intercâmbios entre França e China, mediante uma história cruzada das dinastias chinesas e francesas.
É o momento de descobrir as relações epistolares do final do século 18 e início do 19 entre os dirigentes mongóis e Filipe, o Formoso, ou a mais antiga representação cartográfica de Pequim conhecida no Ocidente, conservada na biblioteca de Carlos V.
Além disso, os fossos do Louvre medieval e a chamada 'sala da maquete' acolhem a representação da arquitetura fortificada da Cidade Proibida.
Por último, os fundos artísticos das coleções imperiais são expostos na galeria Richelieu, onde a figura-chave é o imperador Qianlong. EFE